"Hegel se coloca no nível da ciência moderna ao pretender que a dialética esteja no cerne da autorreflexão metodologicamente segura da ciência: o primado da tópica sobre a analítica, que o retórico Vico afirmou apenas pedagogicamente ante os teóricos de seu tempo, Hegel converte, de modo muito mais audaz, no primado metodológico do procedimento dialético sobre o analítico no estudo da coisa mesma. Desse modo, ele também pode enfrentar de uma forma sem precedentes a dificuldade que fez com que a filosofia social não pudesse desfrutar de sua cientificidade. [...] Na medida em que Hegel concebe a história em termos dialéticos, e com isso queremos dizer, a partir do horizonte de experiência da consciência prática, ele pode, com a supressão da filosofia social fundamentada cientificamente em uma teoria dialética da sociedade, escolher e desenvolver categorias de modo que essa teoria seja acompanhada e tomada a cada passo pela autoconsciência de su própria relação com a práxis." 140 - 141