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Recapitulando:, Problema da, image, E agora?, Esses dois problemas são…

- - - - Mas ele realmente viu?
        
        Mais ou menos: ele confiou em um instrumento de observação. O que não é ilegítimo, de jeito nenhum, mas veja bem: todo instrumento de observação pode ser bem ou mau regulado; pode ser bem ou mal construído... o que diferencia uma coisa da outra?
        
        No caso do telescópio de Galileu, o que diferencia o bem do mau regulado, ou construído, é estar de acordo com a teoria ótica de seu tempo
        
        Ou seja, no fim das contas, até os "dados brutos da experiência" são... enunciados teóricos!
        
        Não apenas as leis científicas são revisáveis, mas também as observações!
        
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- - - - Qual? A que enuncia: "a teoria ótica por trás do telescópio de Galileu é verdadeira"
        
        Ou seja, no fim das contas, quando testamos uma teoria, não estamos comparando ela diretamente com a natureza...
        
        Mas estamos comparando, em última instância, TEORIAS
        
        Se eu levanto a hipótese de que a vacina X é efetiva contra a covid-19, por exemplo, e verifico essa eficácia por meio de um microscópio voltado pra uma célula in vitro...
        
        Se a previsão de efetividade da vacina não é visível pelo microscópio, isso não foi a natureza dizendo "não!" à hipótese
        
        Isso foi, como diz Lakatos, a natureza dizendo "inconsistência!"
        
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- - - - Falemos um pouquinho do falsificacionismo.
        
        Para esse, hipóteses científicas nunca podem ser comprovadas nem fortalecidas, porque elas propõe leis universais, e é impossível observar a universalidade
        
        Já falamos disso, mas eis um exemplo: considere a hipótese "Nos espelhos côncavos, os raios paralelos e próximos ao eixo central são refletidos e convergem para o foco. Em um espelho convexo, os raios refletidos divergem, entretanto os prolongamentos desses raios convergem para o ponto focal."
        
        Estamos falando de um espelho? Dois? Não, estamos falando de qualquer espelho que já existiu, existe ou existirá daqui um zilhão de anos...
        
        Mas, dada essa dificuldade de verificar, o falsificacionista enfatiza o caráter falseável das hipóteses científicas.
        
        Veja: para comprovar a lei ótica que citei ali atrás, eu precisaria experimentá-la em todos os espelho do passado, presente e futuro indeterminado. É impossível... mas, para falseá-la, basta UM EXPERIMENTO. Um espelho que seja exceção à lei, e ela cai... é derrubada.
        
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