"No entanto, aquilo que em Graciliano Ramos se firmava como um antagonismo pétreo entre o sertão hostil e o sertanejo hostilizado, recebe das mãos de Guimarães Rosa um tratamento animista pelo qual a própria fisionomia da necessidade exterior (a travessia empatosa, a árdua tarefa) vira meio de cumprir a necessidade interior, que é o desejo de felicidade. Entre o peso da matéria, natural ou social, e a graça da comunhão enfim alcançada, não haveria, a bem dizer, um salto mágico, mas um movimento que sai das entranhas da criatura querençosa, padecente ou compadecida: Nhinhina, Soroco, as duas loucas, a vaquinha pitanga, Maria Exita." p. 50