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O lugar dos índios na história do Brasil (Conquistando um lugar no palco) …
O lugar dos índios na história do Brasil (Conquistando um lugar no palco)
Os povos indígenas não desapareceram, como o previsto. Ao invés disso, crescem e se multiplicam e estão cada vez mais presentes em espaços, como a política. E estão começando a ocupar o lugar de destaque que foi retirado deles.
O processo de "aculturação" continua em curso e fica mais intenso com a globalização. Mas ao invés de levar à extinção das diferenças étnicas, ele tem contribuído para reforçá-las.
Os povos indígenas ainda existem; eles não são os mesmos, pois houveram relações de contato com outras culturas, mas que não eram necessariamente de dominação e submissão.
A cultura não é fixa e imutável. Portanto, ela se altera devido a relações de contato com outras culturas.
As classificações étnicas não devem ser sólidas, pois isso gera perda de direitos que deveriam ser garantias para parcelas populacionais.
Os índios não deixam sua cultura de lado porque passaram por mudanças culturais. Eles ainda são índios e são dignos de sua cultura e etnia.
Disputas políticas em torno de classificações étnicas para assegurar direitos indígenas concedidos pela legislação já ocorriam em meados do século XVIII.
"Participar da sociedade dos brancos e de seu funcionamento não significa deixar de ser índio, e sim a possibilidade de agir, sobreviver e defender seus direitos.
É hora de repensar os instrumentos de análise históricos e antropológicos:
processos de mudança social
valorização de comportamentos
crenças, cotidianos
estudos de povos não ocidentais (que tiveram importância fundamental na nossa história)
Historiadores: valorizam diferentes significados das ações humanas para entender processos históricos.
Antropólogos: valorizam processos históricos de mudança como elementos explicativos e transformadores das culturas dos povos por eles estudados. Abandonando a ideia da cultura fixa e imutável
historiador E.P. Thompson: a importância de se considerar a historicidade da cultura
"A cultua é um produto histórico dinâmico e flexível que deve ser apreendido como um processo no qual homens e mulheres vivem suas experiências"
antropólogo Sidney Mintz: a importância de se perceber que um sistema cultural apresenta variabilidade no que se refere às intenções, consequências e significados dos atos escolhidos pelos indivíduos.
Mudança cultural não como perda ou esvaziamento de uma cultura autêntica e sim como algo dinâmico, mesmo em situações de contato violento.
Ao invés de vítimas passivas de imposições culturais, os índios passam a ser vistos como agentes ativos desses processos; agentes que incorporam elementos da cultura ocidental, dando a eles significados próprios e utilizando-os para a obtenção de possíveis ganhos nas novas situações em que vivem.
Realidade de convivência entre índios e colonizadores: não se reduziram absolutamente à resistência armada, à fuga e à submissão.
Steven Stern: resistência adaptativa
índios encontraram formas de sobreviver e garantir melhores condições de vida na nova situação em que se encontraram, colaborando com os europeus, integrando-se à colonização e utilizando-se de novas práticas culturais e políticas.
Eles souberam utilizar ferramentas para obter vantagem. Perderam muito, mas nem por isso deixaram de agir.
Grupos indígenas transformaram-se através da dinâmica de suas relações sociais em processos históricos que não necessariamente os conduzem ao desaparecimento, permitindo-nos repensar a trajetória histórica de inúmeros povos.
Não devemos desconsiderar a violência do processo de conquista e colonização. Apesar disso, no entanto, os índios encontraram possibilidades de sobrevivência e souberam aproveitá-las.
Jonathan Hill: os grupos sociais humanos, mesmo reduzidos à escravidão e às piores condições, são capazes de reconstruir significados, culturas, histórias e identidades.
Max Weber e Frederich Barth: os estudos atuais sobre etnicidade já não consideram a cultura como elemento definidor do grupo étnico. Ao invés disso, priorizam suas dimensões políticas e históricas.
A identidade já não é vista como fixa e imutável. É entendida também como construção histórica de caráter plural, dinâmico e flexível.
Em 1920, Weber já alertava para o papel da ação política comum como elemento de formação e manutenção do sentimento de comunhão étnica.
Em 1960, Barth enfatizava que as distinções étnicas não dependem da ausência de interação social, nem tampouco são destruídos por processos de mudança e aculturação.
Valorizando também a ação política, o caráter organizacional e o sentimento subjetivo de pertencimento ao grupo. Fatores essenciais nos processos de formação do grupo.