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Dor abdominal por Roosevelt Padilha - Coggle Diagram
Dor abdominal por Roosevelt Padilha
(CONTEXTO): Dor abdominal é um tema muito importante porque naqueles casos que não há cirurgia de imediato, é interessante investigar. Você não pode deixar passar o paciente ir embora e se perder pois as consequências podem ser muito ruins.
1 - Chegada do paciente
Você deve avaliar o potencial de gravidade! Classifique o paciente da seguinte forma:
Dor sem potencial de gravidade
Ex: dismenorréia (cólica menstrual) ou flatulência (gases)
Dor potencialmente grave
Ex: pancreatite grave (não é cirúrgico mas necessita de atenção).
Necessidade cirúrgica!
Ex: apendicite ou úlcera perfurada
Você deve observar o grupo de pacientes que chega com a dor abdominal, dê muita atenção aos seguintes grupos:
Idosos (dor mascarada)
síndrome de cushing que faz uso de corticóides deliberadamente.
Imunodeprimidos (não tem sintomas tão exuberantes por deficiência na defesa).
Diabéticos que diminuem a sensibilidade da dor
Mulheres em idade fértil! Ficar atento se não é uma gravidez ectópica rota, se está gestante ou não (então fique atento!)
2 - Tipos de dor
Visceral
acometimento do peritônio visceral
Devemos avaliar o seguinte
Epigastro
Geralmente os órgãos do andar superior do abdômen (via biliar, pâncreas, estômago) a dor acontece no andar superior, geralmente na região mediana (de epigastro). Uma dor mal definida.
Mesogástro
Quando o problema é no delgado, apêndice ou cólon ascendente a dor costuma se localizar periumbilical. Também na linha mediana.
Hipogástro
O restante do cólon, órgãos pélvicos (útero, ovários, bexiga) a dor costuma ser suprapúbica também. Mal definida mas na linha mediana.
Somática
Irritação peritoneal
Dor localizada, mais fácil de ser identificada.
Geralmente é neste tipo que fazemos os testes como blumberg positivo, rovsing positivo.
Geralmente este paciente começa com uma dor visceral e passa para a dor somática é acometido de apendicite.
Na apendicite a dor inicia em região periumbilical ou epigástrio (mal definida), com hiporexia, e depois conforme o apêndice vai inflamando, toca o peritônio parietal e a dor passa a ser sentida em fossa ilíaca direita.
Dor referida
Quando há um problema no local e a dor se manifesta em uma outra parte.
Podemos lembrar do sinal clássico de Kehr
Derramamento de sangue em região de hipocôndrio direito e o paciente sente dor no ombro.
Também tem os pacientes que sofrem de IAM e são acometidos de epigastralgia.
3 - Aplicando na prática
Sinais de alerta (SIRS) ajudam bastante.
T > 38º ou T < 36º
FC > 90 bpm
FR > 20 irpm
PAs < 100 mmHg
Glasgow < 15
Tem sinais de alerta? Então o paciente demanda de uma atenção especial.
SF 0,9% ou RL 30 ml/kg, se PAs < 100
Acesso venoso para colher hemograma e bioquímica, fazer uma reposição volêmica (se hipotenso)
Monitorização cardíaca, pois este paciente precisa ser acompanhado de perto
Oxigênio, paciente saturando < 90% de SatO2, dê oxigênio suplementar para ele.
Você suspeitou que paciente está com sinais de alerta, tem algum foco específico de infecção, então já podemos lançar mão de uma antibioticoterapia.
Faça a analgesia deste paciente, pode fazer analgésico comum ou opióide como morfina (dose de 0,05 mg/kg) - você pode fazer morfina a cada 20 minutos até a dor deste paciente melhorar.
Não esquecer de um parâmetro muito importante: diurese! O ideal é que ele urine metade do peso em ml por hora. Ex: (paciente de 100 kg deve urinar 50 ml a cada hora).
Quando o paciente não tem sinais de alerta?
Este paciente você continuará com a história clínica.
Um exame físico detalhado
Saiba se é agudo ou crônico
Então após tudo isso medicar este paciente.
Se você não vê potencial de gravidade como uma dismenorréia, então você medica e não pede exames, e, se melhorar, ótimo.
Caso não melhore, temos que investigar!
Pedimos então hemograma e bioquímica
Lembrar em mulher, pedir teste de gravidez. Que é bastante importante.
Raio X de abdômen agudo.
Você faz um raio X de abdomen em pé + deitado (em ortostase e em decúbito dorsal)
Caso no local que você esteja tenha USG, você solicita um USG. Para ver se tem líquido livre na cavidade.
Se for um local que tenha tomografia, você leva o paciente para tomografia depois de ter estabilizado este paciente.
Fique atento a pneumoperitônio no RX! Abdomen agudo perfurativo. Do lado esquerdo ou do lado direito é possível se visualizar. O que seria? Ar em região de hipocôndrio em exames de imagem.
É possível se ver também em RX a distensão de delgado com o clássico sinal de empilhamento de moedas.
Existe casos de níveis hidroaéreos. Um caso de abdomen agudo obstrutivo.
Alguns exemplos: (cisto de ovário roto, tumor de ovário, tumor de cólon transverso, hérnia interna, bridas/aderências).
4 - Checklist
Dor + sinal de alerta?
Sinais de alerta: PAS < 100, FC > 90 bpm, FR > 20 irpm ou SatO2 < 90%, Febre - Tax > 38ºC, Rebaixamento de nível de consciência.
Sinais de alerta positivo? AV + MON + O2 + ATB + ANALGESIA + DIURESE
Dor abdominal sem sinais de alerta - continua exames físicos + analgesia
Dor refratária, exames a serem pedidos: HMG + BIOQ (BHCG) + RX de ABD Agudo + ( USG + TC )
Avaliação Cirurgião > Transferência... depois dos cuidados!