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7 A Era Vargas (1930-45) - Coggle Diagram
7 A Era Vargas (1930-45)
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Constituição
de 1934
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Pontos
gerais
Carta inspirada na Constituição de Weimar, parecida com a CF/91
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Formalização dos deputados de profissões e deputados do povo, representação igualitária no Senado (2 cadeiras para cada estado)
Direitos e garantias individuais: liberdade de associação e de exercício profissional, propriedade intelectual, igualdade, livre expressão
Ordem econômica e social: nacionalização dos recursos naturais, pluralidade e autonomia dos sindicatos (não foi acatado) e execução das leis trabalhistas
Educação e cultura: pluralidade de crenças nas escolas, ensino primário gratuito e de frequência obrigatória, ensino religioso facultativo nas escolas públicas
Segurança nacional: de competência do Conselho Superior de Segurança Nacional, presidido por Vargas, integrado pelos ministros civis e militares
Disposições
transitórias
Após posse do PR, Constituinte se tornaria em Congresso com Câmara e Senado
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Capital deveria ser transferida à região central do país, anistia aos criminosos políticos
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CF/37
Disposições
transitórias
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Imediata dissolução do Congresso, das Assembleias Legislativas e das Câmaras municipais (art. 178)
Departamentos administrativos (1939): criados por decreto, substituíram as Assembleias Legislativas, visavam a aprofundar o controle sobre interventores
Interventores: alguns foram nomeados por parentesco com Vargas ou por conexão militar, mas elites foram respeitadas nos grandes Estados (Valadares em MG, PRP em SP)
Redigida por Francisco Campos (conservador, autoritário), conteúdo parecido com as anteriores (letra morta)
Aparelho
estatal
Vargas se manteve próximo dos seus ministros (compunham o grupo de assessoramento do PR que contava com militares e civis)
Forças
Armadas
Papel importante no regime, não significou supressão do papel de civis, modernização pela centralização era a pauta principal (indústria de base, siderurgia)
Conselho de Segurança Nacional (CSN): competente para analisar qualquer questão de segurança nacional, presidido pelo PR e integrado por ministros e pelos chefes dos estados-maiores (trataria da siderurgia no país mais tarde)
Funcionalismo público: distanciamento do clientelismo da 1ª República, exaltação do funcionalismo de carreira, criação de um estrato social burocrata, reformas pelo Dpto Administrativo do Serviço Público (Dasp, 1938)
Propaganda
Utilização da ideia de um país jovem, um futuro promissor, para motivar a população
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP, 1939): monopólio da propaganda e da censura no país, buscou produzir uma história oficial do Brasil
Hora do Brasil: programa radiofônico, utilizado pelo DIP
História oficial: Estado Novo como herdeiro da Revolução de 1930, superação das oligarquias e do atraso, integração e modernização
Território e
população

IBGE
(1938)
Governar o Brasil com números, importância do censo de 1940 (população mais que dobrou entre 1920 e 1940)
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Território: até Vargas ainda era organizado em "ilhas", que não tinham boa integração (primeira grande marcha para o Oeste brasileira)
Regionalismo
Divisão do Brasil em regiões, visava a facilitar, primeiro, a integração intrarregional entre os estados, para que sua inserção na unidade nacional fosse facilitada
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Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER, 1937): importância das rodovias como fator de integração entre os locais
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Imigração
Abandono da política de branqueamento, mestiço passa a ser algo positivo, objetivo de repensar o Brasil, unificando-o (reformulação das identidades)
Decreto de mar/1938: política imigratória passa a ser definida pelo Min. da Justiça, estrangeiros como sinônimo de desordem, anarquia
Decresceu no período, ao passo que a migração interna se fortaleceu (Leis de concessões de terras nas fronteiras agrícolas priorizaram brasileiros)


Marcha para o Oeste
Sertão como berço da brasilidade, vocação agrícola, exaltação do bandeirante, levar a modernização ao interior brasileiro, fundamental para a defesa do território
Amazônia
Soldados da Borracha: demanda dos EUA no contexto da 2ª Guerra, são incentivados pelo Serviço de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), grande propaganda (Chabloz)
Intuito de colonização por parte do governo (planejava fornecer meios de subsistência e trazer as famílias dos trabalhadores depois de um tempo)
A partir de 1944 ganha notoriedade o descaso com os sertanejos, grande parte morreu por doenças, (reparações para as famílias só veio com a CF/88)
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Políticas
Fundação Central do Brasil (1938): incentivos para manter os sertanejos nos campos, integrar a Amazônia por acesso fluvial, defesa do território
Goiânia (1942): símbolo da interiorização varguista, cidade aos moldes modernos
Centros
urbanos
SP triplica de tamanho entre 1930-60, interventores incentivaram a vinda de migrantes internos nas décadas de 1930 e 40 (foi mais forte do que a migração para a Amazônia)
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Política
trabalhista
Justiça do Trabalho começa a atuar em 1941, foi o marco do estado de bem-estar varguista (Marcelo Abreu)
Lei do Salário Mínimo (1940), regulamentação do descanso remunerado e das férias
Durante a década de 1930 foram criados institutos previdenciários de bases corporativistas (um para ferroviários, outro para tecelões, etc.)
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Sindicatos
Sindicato único, proibição de greves e locautes, verticalização (criação de federações e confederações de sindicatos), centralização
Imposto sindical (1940): parte destinada ao fundo do sindicato, parte usada como verba para bancar ministérios e, depois, campanhas eleitorais
Peleguismo: líder sindical serve como amortecedor entre Estado e trabalhadores, atua mais em benefício próprio e do Estado
Vargas como protetor dos trabalhadores: uso dos meios de comunicação, comícios e pronunciamentos no Pacaembu em 1º de maio
Economia
Instituição do Estado Novo representa inflexão econômica (abandono do Esquema Aranha, suspensão do serviço da dívida em prol do reequipamento das FFAA)
Centralização
Nacionalização e centralização de recursos, restrição da participação de estrangeiros no país através do Instituto de Resseguros do Brasil (1939)
Conselho Técnico de Economia e Finanças (CTEF) e Conselho Federal de Comércio Exterior (CFCE): controle sobre estados e municípios, elaboração das diretrizes econômicas
2ª Guerra
Deterioração do BP: países mudam suas demandas comerciais, bloqueio britânico na Europa impede venda para alemães, guerra submarina alemã bombardeia cargueiros brasileiros e interrupção do fluxo de capitais à periferia global
Pós-1942
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Brasil substitui o mil-réis pelo cruzeiro, se ajusta às demandas de guerra (acordos com EUA em 1942, borracha), incrementa exportações para África do Sul, LATAM e UK
Lend & Lease: Brasil é o principal beneficiário da LATAM, 5º maior do mundo, usado para modernização das FFAA e expansão da infraestrutura
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Industrialização
Contexto de distanciamento da Alemanha (Brasil temia ter seu dinheiro congelado na Europa devido à guerra) e aproximação com EUA (política da Boa Vizinhança)
Companhia Siderúrgica Nacional (Volta Redonda1946): financiada pelo Eximbank, acordo assinado com os EUA em 1940
Companhia Vale do Rio Doce (1942): aliados buscam alternativas para suprir demanda por minério de ferro, financiamento negociado junto aos EUA (modernização de linha ferroviária e construção da siderúrgica)
Queda das importações: gera efeitos contraditórios já que, por um lado, possibilitou redirecionamento de demanda ao mercado interno, e por outro, limitou o crescimento industrial dada a dificuldade de importar bens de capital
Câmbio múltiplo (1939-44): três faixas de câmbio, uma taxa livre (maioria das divisas eram negociadas sob ela), uma livre-especial (mais depreciada, destinada a compromissos financeiros privados) e a taxa do governo (mais depreciada, destinada a compromissos do governo)
Acordo Interamericano do Café (1940): com participação dos EUA, exportadores mundiais se unem a fim de garantir condições e preços favoráveis
Mudança para o regime de câmbio múltiplo, recuperação da balança comercial a partir de 1942 (produtos não tradicionais), adoção do Cruzeiro, formação da indústria de base
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PIB: queda entre 1937-9, estagnação entre 1940-2 e crescimento entre 1943-5 (baixo desempenho do setor agrícola)
Nacionalizações: foi objeto dos textos da CF/34, da CF/37 e do Código de Águas e Minas, mas tais dispositivos não foram aplicados com tanto peso sobre o capital estrangeiro
Contexto prévio de deterioração do saldo da balança comercial (crise nos EUA, aumento da importação não acompanhado pelas exportações, faz com que políticas em relação ao café e ao câmbio mudem)
Estado abandona postura tradicionalmente normativa para ter papel de provedor de bens e serviços à sociedade
Câmbio
(1937-9)
A partir de 1937 constata-se que a manutenção do serviço da dívida externa era incompatível com a política externa expansionista adotada
Antes de 37 o governo tinha como um de seus principais objetivos garantir estoque de divisas para arcar com compromissos externos e o câmbio era usado nesse sentido
Resultado: moratória, câmbio controlado, taxa única e fixa subvalorizada (até 1939), abandono parcial da defesa do café
Missão
Aranha
(1939)
Aranha foi com uma agenda ampla mas só conseguiu crédito a fim de desbloquear atrasados comerciais americanos (se comprometeu em adotar o livre-cambismo, limitar o comércio compensado e retomar o serviço da dívida)
Contexto de revolta dos credores americanos dada a incapacidade brasileira de honrar compromissos, diminuição da importância do comércio com europeus
Reação no Brasil foi desfavorável (retomada do serviço da dívida impediria paramentação das FFAA), mesmo assim os compromissos foram quase todos honrados (regularização da remessa de lucros e dividendos)
Dívida
externa
Inflexão: moratória de 1937 e negociações subsequentes reverteram tendência de realizar acordos de pagamento acima das capacidades brasileiras
Esquema Souza Costa (1940): renegociação da dívida bem-sucedida, grande corte no pagamento do serviço da dívida (acordo definitivo em 1943)
Crise e
ocaso
Contexto
Sociedade Amigos da América (1943): fundada para apoiar a causa aliada, torna-se núcleo de oposição ao governo, foi fechada por Vargas quando Aranha ia tomar posse como vice-presidente da organização (ela foi absorvida pela UDN depois)
Internacional: fim da Guerra deixa evidente a contradição entre o governo autoritário de Vargas e o liberalismo defendido pelo país durante o conflito
Góis Monteiro tenta se demitir (1943), Aranha se demite (1944), protestos da UNE contra o governo ganham prestígio, Manifesto dos Mineiros (1943, elite liberal, ponto de partida para o movimento oposicionista liberal)
Enfraquecimento da censura: oposição já faz propaganda para Eduardo Gomes, tenente do 18 do Forte, à presidência
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Partidos
União Democrática Nacional (UDN): classe média e profissões liberais, lançam Eduardo Gomes
Partido Social Democrático (PSD): lideranças políticas ligadas a Vargas, partido situacionista, lançam Dutra
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB): lideranças do aparato sindicalista do governo, não lançam candidato
Queremismo
Contexto: Vargas busca apoio nas camadas urbanas, Moscou orienta os PCs a apoiarem qualquer governo que esteja contra o Eixo
PCB passa a articular movimentos a favor de Getúlio junto com operários, Brasil estabelece relações com URSS em 1945 devido à aproximação entre PCB e Vargas
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Deposição
de Vargas
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Estopim: Vargas nomeia seu irmão à chefia de polícia do DF, Góis Monteiro organiza tropas em prol do golpe, Dutra tenta negociar
Resultado
Vargas deposto (mantém direitos políticos, não precisa exilar-se)
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Vargas volta para o RS e é eleito senador pelo estado, Dutra ganha a corrida presidencial com sua ajuda
Medidas imediatas: suspensão do serviço da dívida, censura à imprensa e extinção dos partidos políticos, proibição de atividades políticas de estrangeiros
Educação
Ensino
superior
Estatuto das Universidades brasileiras (1931): intenção de formar uma elite pensante nacional (pesquisa) e incrementar o ensino (formação de professores)
USP (1934): ligada e mantida pelas grandes famílias paulistas, pouca ingerência federal
Universidade do Distrito Federal (1935, deriva dos esforços de Anísio Teixeira)
Contexto: Brasil ainda muito dependente das ideias estrangeiras, percepção de que a educação poderia ajudar a concretizar as pretensões do governo
Projeto Escola Nacional: alinhada com a vertente liberal (Manifesto da Escola Nova, 1933, Anísio Teixeira et al) e com o conservadorismo católico. Consagrou o ensino público, de dois ciclos, com frequência obrigatória e laicização
Ministério da Saúde e Educação (1930): criado pelo governo, encabeçado por Francisco Campos (1930-32) e Gustavo Capanema (1934-45, perseguição às escolas alemãs, nacionalização do ensino, assessoria de Anísio Teixeira, Carlos Drummond e Mário de Andrade)
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Processo de
Substituição
de Importações
Iniciado com Vargas na década de 1930, seria o modelo de industrialização fechado (voltado ao mercado interno, depende do protecionismo e do estrangulamento externo, realizado por partes) adotado pelo Brasil até a década de 1960 com algumas mudanças
Funcionamento: estrangulamento externo (queda nas exp. líquidas, escassez de divisas) :arrow_right: medidas protecionistas (câmbio depreciado, tarifas de importação) :arrow_right: setor industrial doméstico fornece o que antes era importado (fica mais rentável e começa a receber investimento) :arrow_right: novo estrangulamento externo (demanda por bens de capital pelo setor próspero) :arrow_right: recomeça tudo de novo
Mecanismos
de proteção
Desvalorização cambial (adotada por Vargas em 1931, 1937): importações ficam mais custosas, exportações mais rentáveis e produtos nacionais relativamente mais baratos (desvantagem de tornar bens de capital mais caros)
Sistema de licenças (Dutra, 1947-8): alternativa à desvalorização, controla o fluxo de importações por meio de licenças (desvantagem de gerar um mercado paralelo de licenças, dar margem à corrupção e não incentivar exportadores)
Taxas múltiplas de câmbio (Vargas, 1934, 1939, 1952): governo define diferentes taxas de acordo com setores da economia
Elevação de tarifas (JK): simples taxação de certos produtos estrangeiros a fim de tornar o produto doméstico mais atraente
Efeitos
Deslocamento do centro dinâmico (Furtado): a partir da década de 1930 a demanda externa perde influência sobre a renda nacional em prol da demanda interna e do investimento doméstico (agricultura deixa de ter tanto peso no produto global, enquanto que a indústria passa a pesar mais)
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Deslocamento da demanda: crise no BP leva ao protecionismo (cambial e tarifário), o que permitiu que a demanda interna passasse a ser suprida gradativamente pelo mercado interno (só foi possível graças à capacidade ociosa, mesmo que pequena)
Papel da agricultura: fornecimento de mão de obra, de alimentos, de matéria prima, de mercado consumidor, de capital (que antes era reinvestido) e de divisas (através das exportações) à indústria
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