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INSULINOTERAPIA E MONITORAMENTO GLICÊMICO (Farmacocinética das insulinas (…
INSULINOTERAPIA E MONITORAMENTO GLICÊMICO
Origem
das insulinas
Insulina animal
Origem
: bovina ou suína
Inútil atualmente
:arrow_up: antigenicidade ( :arrow_up: alergia)
Insulina humana
Origem
Técnica do DNA recombinante
"Humanização da insulina suína"
Análogos da insulina
Origem
:
Técnica do DNA recombinante
Tipos
:
Análogos de ação ultrarrápida
lispro, aspart, glulisina
Análogos de longa ação
glargina, determir, degludeca (ação ultralenta), glargina.
Farmacocinética
das insulinas
- Insulinas de ação rápida
Insulina regular (IR)
Início de ação
: 30-60m (aplicar 30m antes das refeições)
Efeito máximo
: de 2-3h
Duração
: 8-10h
Indicações
: (1) controle da glicemia pós-prandial e (2) correção de períodos hiperglicêmicos (insulina pré-prandial/bolus)
A insulina mais usada no tto da cetoacidose diabética
- Insulinas de ação lenta
Glargina (menor custo)
Início de ação
: 2-4h
Duração
: 24h de platô (sem picos)
Detemir
Duração
: < 20h
Degludeca (ultralenta)
Duração
: até 42h
Indicação
: Promovem a insulinemia basal
Vantagens
:
Única aplicação diária
Menor risco de hipoglicemia (principalmente noturna)
- Insulinas de ação ultrarrápida
lispro, aspart, glulisina
Início de ação
: mais rápido que a IR (aplicar um pouco antes ou logo após as refeições
Duração
: menor que a IR
Indicações
: As mesmas da IR
Causa menos hipoglicemia que a IR
- Insulina de ação intermediária
NPH (2 aplicações/dia)
Início de ação
: 2-4h
Pico de ação
: 4-10h
Duração
: 12-18h
Objetivos
do tratamento (ADA)
jejum e pré-prandiais de 90 a 130 mg/dℓ
2 horas pós-prandial < 180 mg/dℓ
A1C até 1% acima do limite superior da normalidade (LSN) para o método.
crianças menores de 13 anos
idosos (> 65 anos)
indivíduos com história de hipoglicemias sem sinais de alerta, comorbidades ou doenças macrovasculares importantes
80 a 160 mg/dℓ em jejum ou pré-refeições
até 200 mg/dℓ 2 horas pós-refeições
A1C 2% acima do LSN
Grávidas
jejum e pré-refeições entre 60 e 90 mg/dℓ
2 horas pós-refeições < 120 mg/dℓ
A1C normal
Esquemas
de insulinoterapia
Insulinoterapia convencional
1 aplicação diária
Insulina de ação intermediária (NPH) ou lenta (Glargina) pela manhã
É desaconselhada pela maioria dos autores
Pode ser útil no período de remissão
2 aplicações diárias
O + utilizado no Brasil (o + barato)
Associação de NPH à Regular antes do café e do jantar
Dose: 70% pela manhã e 30% à noite
Manhã: 70% NPH e 30% Regular
Noite: 50% NPH e 50% Regular
Ajustes na NPH pela glicemia pré-prandial
Detemir = menos hipoglicemias e menos ganho de peso que a NPH
Ajustes na Regular pela glicemia de 2h pós-prandial
monitorar glicemia diariamente
alterar dose após 2 dias com o novo esquema
se glicemia muito alterada ou pct for sintomático = alterar dose de imediato
Insulinoterapia intensificada
Infusão contínua subcutânea (ICS)
São aparelhos mecânicos que liberam continuamente insulina ultrarrápida basal e em
bolus
(simulando a fisiologia pancreática)
Múltiplas aplicações diárias
Regular (ou ultrarrápida) antes do café, do almoço e do jantar + NPH antes do café e do jantar
Efeitos colaterais da insulina
Hipoglicemia
A principal e mais temida complicação
Mais comum com a insulinoterapia intensiva
Fatores precipitantes
Ausência de refeição
Erro na dose
Excessivas atividade física
Ingestão de álcool
Ganho de peso
Ganho médio de 3-9%
Pode ser minimizado ao diminuir a dose
Dieta e atividade física (incentivar)
Reações alérgicas
Reação no local da injeção
Ocorre em < 1% dos pct (insulina humana)
CD: trocar pelos análogos
O pct tbm pode ser alérgico (limitação)
Outras reações cutâneas
Lipoatrofia
praticamente não existe mais devido a insulina humana
Lipo-hipertrofia
causada pela aplicação em um mesmo lugar
prevenção: rodízio dos locais de aplicação
implica em :arrow_down: absorção da insulina para a circulação sistêmica
CD: trocar o tipo de insulina
Agravamento temporário da retinopatia
Surge quando um controle glicêmico precário é rapidamente corrigido
Prevenção: Corrigir lentamente
INSULINA
BEDTIME
utilizada antes de dormir
funciona diminuindo a glicemia na manhã seguinte
otimiza o efeito dos hipoglicemiantes orais
pode ser utilizada ANTES de partir para a INSULINIZAÇÃO PLENA
Monitoramento
glicêmico
Hemoglobina glicada
padrão-ouro
(reflete a média glicêmica dos últimos 2-3 meses)
realizar a cada 3-4 meses
ADA recomenda < 7% (previne complicações crônicas)
Steno-2 recomenda < 6,5% (previne complicações macrovasculares)
Considerar condições que falseiam os seus valores
Frutosamina
são proteínas glicadas (principalmente albumina)
é invalidado na presença de condições que :arrow_down: proteínas
demonstra a média da [glicemias] nos últimos 10-14 dias
indicações
Em pacientes com hemoglobinopatias
Quando se quer avaliar mudanças a curto prazo no controle glicêmico (ex. durante a gravidez)
Automonitoramento glicêmico (AMG)
Realização (4 dias seguidos)
Fase 1
: AMG em jejum e pré-prandial, resultado da ação das insulinas basais (Glargina, Detemir ou NPH)
Fase 2
: AMG pós-prandial, reflexo do efeito das insulinas de ação rápida ou ultrarrápida (picos ou bolus)
Fase 3
: jejum, pré-prandiais, pós-prandiais e madrugada (3 a 4 da manhã), refletindo a ação integrada do tratamento como um todo (insulinização, alimentação e atividade física). Além das glicemias, o paciente deve preencher o diário alimentar com informações detalhadas sobre tipos, quantidades e horários da alimentação.
Análise médica
Avalia a necessidade de mudança no esquema insulínico
Objetivos
Determinar o controle glicêmico em diferentes horários do dia (relação com alimentação, atividade física, estresse)
Estabelecer a quantidade necessária de insulina pelo próprio paciente para obter a meta glicêmica naquele momento
Incovenientes
baixa adesão (medo das punções digitais)
alto custo financeiro
Monitoramento glicêmico contínuo
CGMS (sistema de monitoramento contínuo da glicemia)
sensor eletroquímico implantado no SC
conectado ao monitor
mensura a glicose do fluido intersticial a cada 10 segundos
faz a média dessas mensurações a cada minutos
útil para mudanças pontuais no esquema terapêutico
produz um controle glicêmico melhor que as glicemias capilares e a HbA1c
Contagem
de carboidratos
Por que carboidratos?
Quase 100% se convertem em glicose em 15-120 min após a refeição
Principal responsável pela excursões glicêmicas pós-prandiais
Objetivos
Controle metabólico glicêmico, lipídico e proteico
Ajuste individualizado da insulina x consumo de carboidratos
Tratamento da hipoglicemia (evitando hiperglicemias)
Dose
da insulina
0,5-1,0 U/kg
DM1 recém diagnosticado
Logo após recuperação da cetoacidose diabética
0,4-0,6 U/kg
Mais tarde
1,2-1,5 U/kg
Puberdade
Períodos de estresse físico ou emocional
Diminuir
dose se:
insuficiência renal, hipotireoidismo, síndrome de má absorção
Aumentar
dose se:
infecções, puberdade, estresse
Formas de
administração
da insulina
Insulinemia basal e
bolus
Basal
Insulina liberada de maneira gradual e lenta
Bolus
Insulina liberada de modo rápido, em picos, pós-prandiais
Fator de sensibilidade e dose
bolus
corretiva ou suplementar
Fator de sensibilidade (FS)
FS é definido como sendo a quantidade de glicose que sofrerá diminuição em 2-4h após a administração de 1 U de insulina
bolus
.
Regra dos 1.500
ex. pct A utiliza 30U/dia. Seu FS é:
FS = 1500/30 = 50 mg/dL
Útil na redução das glicemias elevadas
Dose corretiva ou suplementar (DC ou DS)
é calculada por:
DC = glicemia atual (GAT) - glicemia alvo (GAL) / FS
ex: paciente Y: FS: 30; GAT: 220; GAL: 100;
220 - 100 / 30 = 4 U
Ou seja, a aplicação de 4U trará a glicemia em 2-4h para 100 mg/dL
Relação insulina/carboidrato (RIC) (dose
bolus
de alimentação)
Relação que traduz a quantidade de insulina (U) capaz de metabolizar uma determinada quantidade de carboidratos (CHO) (g)
pode variar desde 1U/5g até 1U/25g
envolve contagem de CHO, monitoramento das glicemias pré e pós-prandiais.
essa razão varia intensamente durante as 24 horas
Regra dos 500
divide-se 500 pela qtd de insulina q o pct usa por dia
ex. pct Z utiliza 50U/dia. RIC = 500/50 = 10g
ou seja, 1U de insulina rápida metabolizará 10g de CHO
Situações
especiais
Hiperglicemia matinal
Consiste na hiperglicemia antes do café da manhã.
3 principais causas:
Efeito Somogyi (ES)
Causada pelo efeito rebote consequente a liberação de hormônios contrarreguladores, em resposta à hipoglicemia da madrugada.
Suspeitar nos pacientes assintomáticos, nos que se queixam de distúrbio do sono, ou cefaleia ao acordar
CD: diminuir dose da NPH ou lenta aplicada à noite ou fornecer + alimentos antes de dormir
Queda dos níveis circulantes de insulina
É + comum que o ES
Conduta
aumentar dose noturna de insulina NPH ou
aplicar antes de dormir ao invés de antes de jantar ou
uso de insulina com duração + prolongada (ex. degludeca)
Fenômeno do alvorecer (FA)
Ocorre em até 75% dos DM1 e na maioria dos DM2.
Definido pela diminuição da sensibilidade tissular à insulina entra 5 e 8 horas
Conduta
aplicação de NPH ao deitar ou
uso da bomba com aumento da insulina basal entre 5 e 8h da manhã
Hipoglicemia matinal ou sem aviso (sem sinais de alerta)
Tem
origem
na diminuição da secreção dos hormônios contrarreguladores (glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento) que normalmente ocorrem quando a glicemia está < 60 mg//dL.
Frequente
no DM1 de longa duração
2
situações
são possíveis:
Paciente com controle glicêmico rígido com episódios frequentes de hipoglicemias (associado a uma redução da resposta adrenérgica)
CD: bomba de insulina
Deficiência da secreção de catecolaminas em pct DM1 ou DM2 de longa duração e que desenvolveram neuropatia autonômica. Comumente associada a sintomas gastrointestinais, genitourinários e hipotensão ortostática.
CD: metas glicêmicas mais elevadas
DM1 e cirurgia
Insulinoterapia na IRC
a insulina endógena é degradada pelo fígado
a insulina exógena é filtrada pelos glomérulos e reabsorvida no túbulo proximal, após ter sido degradada em vários peptídeos
a insulina que não for submetida a filtração glomerular é degradada e secretada por meio do endotélio peritubular e da membrana epitelial das células renais.
pct com IRC, a filtração glomerular diminui e a degradação e a secreção peritubular se torna insuficiente
ocorre :arrow_up: T1/2 da insulina e :arrow_up: risco de hipoglicemia
CD: corrigir a dose de insulina conforme a TFG, especialmente em pacientes em tratamento dialítico