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Discriminação e Desigualdades Raciais no Brasil Carlos Hasenbalg…
Discriminação e Desigualdades Raciais no Brasil
Carlos Hasenbalg
Tese do Livro: Racismo como instrumento institucional da classe dominante para manter o
status quo
Modelos anteriores subestimaram o papel da "raça" na estratificação social
Persistência do passado vs "Ciclo das desvantagens competitivas"
Diferença se amplia a cada geração
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Manutenção do
status quo
3.Argumentos Básicos
Há uma subordinação aquiescente dos negros (rebeldia amortecida)
Polarização racial necessária para conscientizar os negros
Os modelos analíticos vigentes promoviam uma ideologia ("habitus") de classe
Democracia racial é um mito
Instrumento ideológico
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Ausência de mercados de trabalho segmentados em função da raça
Impede explicitação de interesses de opressão racial
Incentivo à imigração européia prejudicou a inserção dos negros no mercado de trabalho
"Mulatto escape hatch" (Degler)
Absorção dos mulatos claros
Evidenciação dos traços raciais de desigualdades
Racismo e discriminação racial decorrem da competição inerente do capitalismo
Preferência institucional do mercado por brancos
Branqueamento
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Racismo fenotípico como instrumento de recrutamento
Manutenção do
status quo
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Crítica (?)
Estrutura do Livro
Capítulo I - A Relação Senhor/Escravo
Qual a extensão em que a experiência escravista condicionou as características grupais dos descendentes escravos
Aspectos coercitivos
Aspectos remuneratórios
Aspectos morais
Conclusão
Escravos são capazes de construir estratégias não-patológicas para se adaptarem ao escravismo
Desenvolvimento de cultura própria
Analisar apenas o aspecto coercitivo induz à estereotipação (Zumbo infantil) e à subestimação do papel do racismo como instrumento de manutenção do
status quo
Modelos anteriores: escravos evitavam a degradação e a desumanização aceitando ou se conformando ao que seus senhores ofereciam
Capítulo II - A Transição para a Liberdade, Industrialização e Relações Raciais
Há ligação entre a relação senhor/escravo e as ordens sociais pós-escravistas?
O Racismo permea o imaginário popular de tal sorte que o empresário, temendo violar ou perturbar essa operação eficiente, acaba por reforçar a mentalidade racista que, por sua vez, assegura a posição da classe dominante
Capítulo III - Estrutura de Classes, Estratificação Social e Raça
Qual é o papel da raça em uma estrutura de classes e em uma estratificação social?
Capitalismo possibilita apropriação racial psico-sociológica
Cultura de valorização de determinada raça
Exploração dessa valorização por quem, historicamente, se situa em stratos superiores e quer se manter ali
Extração de "mais-valia" psicológica pelos brancos
Capítulo IV - Escravismo e Geografia Racial no Brasil
Qual a distribuição demográfica dos negros pós-escravismo?
3 séculos de escravidão explicam a distribuição dos negros em locais que ficaram de fora do desenvolvimento industrial
Capítulo V - As Consequências Sociais da Abolição
Quais foram as consequências sociais da abolição?
Brasil subdesenvolvido, os escravos foram absorvidos nas funções que já se encontravam
Brasil desenvolvido, os escravos foram substituídos por imigrantes europeus e conduzidos à marginália
Capítulo VI - As desiguladades Raciais Após a Abolição da Escravatura
O que explica as desigualdades raciais após a abolição?
A diferença do ponto de partida não explica como os imigrantes europeus se deram "melhor" que os ex-escravos
A industrialização reduziu o gap, mas não eliminou
Os efeitos do racismo são mais percebidos quanto maior o grau de instrução e educação alcançado pelo negro
Capítulo VII - Mobilidade Social, Desigualdade de Oportunidades e Raça
Qual a razão para as dificuldades de ascensão social do não-branco?
Existência de um ciclo de desvantagens cumulativas intergeracional
Desvantagens do ponto de partida se somam a um racismo institucional
Racismo institucional dificulta mobilidade social
Ambição nos brancos e conformidade nos não-brancos
Democracia racial estimula a perpetuar o conformismo
Capítulo VIII - Raça e Política no Brasil - Subordinação aquiescente dos negros
A emergência de movimentos de classe é essencial para a evolução desse quadro racista?
Brasil não teve formação de mercado de trabalho segmentado: não houve trabalhadores não-brancos tomando os empregos dos brancos (antagonismo social/racial)
Ausência de identidade racial possibilitou a utilização de mestiços como controle e contribuiu para a conformização
"Contínuo" de cor drenta a liderança potencial dos negros
Contextualização
Escrito na década de 70
Modelos analíticos vigentes
Racismo é resíduo da ordem escravocrata (Florestan Fernandes)
"Negro despreparado para ser livre"
"Democracia Racial" (Gilberto Freyre)
Oposição ao Nazi-fascismo (1930)
Persistência do passado
Adaptação patológica do negro à escravidão prejudicou sua competitividade
Visão paternalista da relação senhor/escravo
Conclusão: correlação entre negros e pobreza derivada da reinserção patológica dos negros na sociedade
Solução: incompatibilidade do racismo com o desenvolvimento