Discriminação e Desigualdades Raciais no Brasil
Carlos Hasenbalg
- Tese do Livro: Racismo como instrumento institucional da classe dominante para manter o status quo
3.Argumentos Básicos
- Crítica (?)
- Estrutura do Livro
- Contextualização
Escrito na década de 70
Modelos analíticos vigentes
Racismo é resíduo da ordem escravocrata (Florestan Fernandes)
"Negro despreparado para ser livre"
"Democracia Racial" (Gilberto Freyre)
Oposição ao Nazi-fascismo (1930)
Conclusão: correlação entre negros e pobreza derivada da reinserção patológica dos negros na sociedade
Persistência do passado
Solução: incompatibilidade do racismo com o desenvolvimento
Modelos anteriores subestimaram o papel da "raça" na estratificação social
Persistência do passado vs "Ciclo das desvantagens competitivas"
Diferença se amplia a cada geração #
Adaptação patológica do negro à escravidão prejudicou sua competitividade
Visão paternalista da relação senhor/escravo
Há uma subordinação aquiescente dos negros (rebeldia amortecida)
Polarização racial necessária para conscientizar os negros
Os modelos analíticos vigentes promoviam uma ideologia ("habitus") de classe
Democracia racial é um mito
Instrumento ideológico #
Ausência de mercados de trabalho segmentados em função da raça
Impede explicitação de interesses de opressão racial
Incentivo à imigração européia prejudicou a inserção dos negros no mercado de trabalho
"Mulatto escape hatch" (Degler)
Absorção dos mulatos claros
Evidenciação dos traços raciais de desigualdades
Racismo e discriminação racial decorrem da competição inerente do capitalismo
Preferência institucional do mercado por brancos
Racismo fenotípico como instrumento de recrutamento
Manutenção do status quo #
Manutenção do status quo
Capítulo I - A Relação Senhor/Escravo
Capítulo II - A Transição para a Liberdade, Industrialização e Relações Raciais
Capítulo III - Estrutura de Classes, Estratificação Social e Raça
Capítulo IV - Escravismo e Geografia Racial no Brasil
Capítulo V - As Consequências Sociais da Abolição
Capítulo VI - As desiguladades Raciais Após a Abolição da Escravatura
Capítulo VII - Mobilidade Social, Desigualdade de Oportunidades e Raça
Capítulo VIII - Raça e Política no Brasil - Subordinação aquiescente dos negros
Qual a extensão em que a experiência escravista condicionou as características grupais dos descendentes escravos
Aspectos coercitivos
Aspectos remuneratórios
Aspectos morais
Conclusão
Escravos são capazes de construir estratégias não-patológicas para se adaptarem ao escravismo
Desenvolvimento de cultura própria
Analisar apenas o aspecto coercitivo induz à estereotipação (Zumbo infantil) e à subestimação do papel do racismo como instrumento de manutenção do status quo
Há ligação entre a relação senhor/escravo e as ordens sociais pós-escravistas?
Modelos anteriores: escravos evitavam a degradação e a desumanização aceitando ou se conformando ao que seus senhores ofereciam
O Racismo permea o imaginário popular de tal sorte que o empresário, temendo violar ou perturbar essa operação eficiente, acaba por reforçar a mentalidade racista que, por sua vez, assegura a posição da classe dominante
Qual é o papel da raça em uma estrutura de classes e em uma estratificação social?
Capitalismo possibilita apropriação racial psico-sociológica
Cultura de valorização de determinada raça
Exploração dessa valorização por quem, historicamente, se situa em stratos superiores e quer se manter ali
Extração de "mais-valia" psicológica pelos brancos
Qual a distribuição demográfica dos negros pós-escravismo?
3 séculos de escravidão explicam a distribuição dos negros em locais que ficaram de fora do desenvolvimento industrial
Quais foram as consequências sociais da abolição?
Brasil subdesenvolvido, os escravos foram absorvidos nas funções que já se encontravam
Brasil desenvolvido, os escravos foram substituídos por imigrantes europeus e conduzidos à marginália
O que explica as desigualdades raciais após a abolição?
A diferença do ponto de partida não explica como os imigrantes europeus se deram "melhor" que os ex-escravos
A industrialização reduziu o gap, mas não eliminou
Os efeitos do racismo são mais percebidos quanto maior o grau de instrução e educação alcançado pelo negro
Qual a razão para as dificuldades de ascensão social do não-branco?
Existência de um ciclo de desvantagens cumulativas intergeracional
Desvantagens do ponto de partida se somam a um racismo institucional
Racismo institucional dificulta mobilidade social
Ambição nos brancos e conformidade nos não-brancos
Democracia racial estimula a perpetuar o conformismo
A emergência de movimentos de classe é essencial para a evolução desse quadro racista?
Brasil não teve formação de mercado de trabalho segmentado: não houve trabalhadores não-brancos tomando os empregos dos brancos (antagonismo social/racial)
Ausência de identidade racial possibilitou a utilização de mestiços como controle e contribuiu para a conformização
"Contínuo" de cor drenta a liderança potencial dos negros