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Entrevista - Verena Alberti (1.2 A escolha dos entrevistados (Não é porque…
Entrevista - Verena Alberti
1 Projeto de pesquisa
fazer história oral não é simplesmente sair com um gravador em punho, como se o simples fato de deixar registrados depoimentos de atores e/ou testemunhas do passado eximisse o pesquisador da atividade de pesquisa.
História oral é um método de pesquisa, seu emprego só se justifica no contexto de uma investigação científica, o que pressupõe sua articulação com um projeto de pesquisa previamente definido.
1.1 A escolha do método
Desde que seja contemporâneo - isto é, desde que ainda vivam aqueles que têm algo a dizer sobre ele.
Estudar as versões que os entrevistados fornecem acerca do objeto de análise, e estas versões são objeto de análise.
"Como os entrevistados viam e vêem o tema em questão?"
"O que a narrativa dos que viveram ou presenciaram o tema podem informar sobre o lugar que aquele tema ocupava (e ocupa) no contexto histórico e cultural dado?
O conjunto de documentos escritos servem de apoio para a investigação e de instrumento de análise das entrevistas. Exemplo um relatório assinado por um diretor pode servir de contraponto à versão que este mesmo diretor fornecer 30 anos depois sobre o mesmo assunto.
Não é apenas necessário que estejam vivos aqueles que podem falar sobre o tema, mas que sejam disponíveis e em condições (físicas e mentais) de empreender a tarefa que lhes será solicitada.
1.2 A escolha dos entrevistados
Não é porque tem pessoas disponíveis que deve-se iniciar uma pesquisa de história oral.
A escolha dos entrevistados é guiado pelos objetivos da pesquisa. Escolher quem pode efetivamente contribuir.
Quem entrevistar? Quem participou, viveu, presenciou ou se inteirou das ocorrências e situações.
Sendo assim unidades QUALITATIVAS - em função de sua relação com o tema estudado
Listar os prováveis entrevistados, acrescentando-se o nome do possível entrevistado um resumo de sua participação no tema. entrevistados em potencial
é preciso considerar a possibilidade de determinadas pessoas se negaram a prestar depoimentos sobre o assunto, excessivamente ocupadas, podem resultar na substituição dos nomes, surgimento no decorrer da pesquisa, novos atores podem também surgir a partir do estudo mais detalhado da documentação sobre o assunto.
"bom entrevistado" , simplesmente não se interessam por, ou não podem, explorar extensivamente sua experiência de vida e discorrer sobre o passado, como talvez sua posição estratégia no tema o fizesse crer.
o ideal seria poder escolher entrevistados dispostos a revelar sua experiência em diálogo franco e aberto.
pessoas aposentadas ou afastadas da atividade podem se sentir mais a vontade para falar sobre sua experiência
listagem de entrevistados em potencial, mais ampla possível, com prioridades.
orçamento, o material, pessoal envolvido, cronograma, entre outros são fatores que influenciam na quantidade de entrevistas.
o número estimado de horas gravadas é uma boa base para o cálculo de custos de um projeto de história oral.
1.3 O número de entrevistados
O número de entrevistados pode até se restringir a uma única pessoa, se seu depoimento estiver sendo tomado como contraponto e complemento de outras fontes.
essas circunstância não se aplica aquelas pesquisas institucionais ou que adotam a história oral como metodologia de trabalho, o que interessa é justamente a possibilidade de comparar as diferentes versões dos entrevistados sobre o passado.
é natural que, quanto mais entrevistas puderem ser realizadas, mais consistente será o material sobre o qual se debruçará a análise.
Mas se seguem critérios QUALITATIVOS e não quantitativos.
critérios levando em conta quantos entrevistados são necessários para que se possa começar a articular os depoimentos entre si, e dessa articulação, chegar a inferências significativas para os propósitos da pesquisa
o número deve ser suficientemente significativo para viabilizar certo grau de generalização dos resultados
A decisão sobre quando encerrar a realização de entrevistas só se configura à medida que a investigação avança.
Há um momento em que as entrevistas acabam por se repetir, ponto de saturação chamado por Bertaux. Quando se tem a impressão que nada de novo surgirá, é necessário mesmo assim continuar para se certificar dessa impressão.
É o recorte do objeto de estudo que vai informar o número de pessoas disponíveis e capazes de fornecer depoimentos significativos.
Deve-se observar que o número seja suficientemente representativo para engendrar uma análise comprativa consistente.
1.4 A escolha do tipo de entrevista
Temáticas
- versam prioritariamente sobre a participação do entrevistado no tema escolhido.
História de vid
a - tem como centro de interesse o próprio indivíduo na história
Uma entrevista de história de vida é geralmente mais extensa.
Em ambos os tipos pressupõem a relação com o método biográfico, a entrevista terá como eixo a biografia do entrevistado, sua vivência e sua experiência
é possível utilizar ambos os tipos em determinado projeto de pesquisa.
de 2 a 6 horas de duração, procurar dar conta da parte inicial da vida do entrevistado (origens familiares, socialização, formação, etc) a fim de situarmos melhor quem fala e por que optou (ou não) pela trajetória que o levou a participar do tema em questão.