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Traços brasileiros para uma análise organizacional - Alexandre Borges de…
Traços brasileiros para uma análise organizacional - Alexandre Borges de Freitas
Introdução
Organizações tem reconhecido que seu sucesso não depende apenas de mudanças na estrutura da organização, mas fundamentalmente das mudanças de atitudes e percepções dos seus indivíduos, e que essas formas de agir e perceber são representações de pressupostos e valores culturais de uma organização
Compreensão de nossas raízes como ponto crucial no gerenciamento das nossas organizações
Modelos de gestão importados -> trazem pressupostos e valores culturais diferentes ou até mesmo, conflitantes com os nossos, por terem sido concebidos em outras culturas -> levam o modelo a ser fraco ou tímido nos seus resultados por não terem respaldo em traços básicos da nossa cultura
Esforços para desenvolver um modelo gerencial brasileiro, que consiga articular os principais traços de nossa cultura frente aos desafios atuais de modernização
Influência da cultura nacional sobre a cultura organizacional
Cultura Nacional e "traços nacionais"
Metodologias de análise da cultura organizacional usadas no Brasil tem base em correntes norte-americanas
Traços brasileiros:
refere-se a características gerais que pode-se dizer serem comuns ou frequentes na maioria dos brasileiros; pressupostos básicos que cada indivíduo usa para enxergar a si mesmo como brasileiro
Cultura
nacional e cultura organizacional
Organizações como uma subcultura da sociedade
Formadas por pressupostos básicos, artefatos visíveis e outros conjuntos simbólicos
Valores são conscientes e dentro das organizações contribuem na criação de parâmetros de como pensar, sentir e agir, tendo, por isso, papel fundamental no sucesso dessas organizações
Cultura como um complexo coletivo de "representações mentais" que ligam o imaterial (vida simbólica e suas representações, ideologias, ideias) e o material (estruturas econômicas e sociais, técnicas, leis e normas, vivências) - Omar Aktouff (1993)
Esse mundo imaterial (conjunto de valores, crença e símbolos) é gerado, alimentado e sustentado por elementos materiais
Duas
abordagens distintas
Etnológica e histórica das raízes da nossa cultura (Gilberto Freyre e Caio Prado Jr.)
Reflexão mais atual de nosso Brasil; uma análise mais voltada para a compreensão de valores, crenças, costumes e atitudes presentes em nosso cotidiano social e individual; perfil de nossa cultura (Roberto DaMatta)
Raízes Brasileiras: "plural, mas não caótico"
Nossas
raízes
lusitanas
Não teve hegemonia de raça estabelecida, seja de cultura, seja de classe social, a não ser que de momento; permitia grande mobilidade social
Muitas de nossas virtudes, vícios e traços tiveram seu "embrião" no povo português
"Triângulo racial" -> negros, índios e brancos
"Podemos dizer que de lá (Portugal) nos veio a forma atual de nossa cultura, o resto foi matéria que se sujeitou bem ou mal a essa forma" - Sérgio Buarque de Holanda (1984)
Influência africana no plano ideológico, nas crenças religiosas, nas práticas mágicas e nos sabores e gostos culinários
Influência indígena nas relações sexuais e de família, na magia e na mítica
Sensação de ser um país composto por vários países de cultura própria
Traços brasileiros para uma análise organizacional
Hierarquia
Tendência a centralização do poder dentro dos grupos sociais
Distanciamento nas relações entre diferentes grupos sociais
Passividade e aceitação dos grupos inferiores
O início de nossas relações sociais surge com base na força do trabalho escravo, ordenado e reprimido
Família patriarcal: centralização do poder na figura do patriarca (origem de elementos machistas) -> ideia da normalidade do poder, da respeitabilidade e da obediência irrestrita
Conferiu a centralização do poder nas mãos dos governantes e a subordinação aos governados
Personalismo
Sociedade baseada em relações pessoais
Busca de proximidade e afeto nas relações
Paternalismo: domínio moral e econômico
Noção de individualismo nasce a partir da vontade do senhor ou do chefe, impondo-se de cima para baixo
Nossa unidade básica não está baseada no indivíduo, mas na relação -> o que vale aqui não é a figura do cidadão, mas a malha de relações estabelecidas por pessoas, famílias e grupos de parentes e amigos
Apadrinhamento
"Carteiraço" -> você sabe com quem está falando?
Escolhas com base em relações pessoais e não capacidade técnica
Malandragem
Flexibilidade e adaptabilidade como meio de navegação social
Jeitinho
Agir com sensibilidade, inteligência e simpatia para relacionar o impessoal e o pessoal (DaMatta, 1986)
Malandro -> sujeito esperto e dificilmente enganado; por ser dinâmico e ativo, busca soluções criativas inovadoras; tem sensibilidade para se relacionar, captando com boa precisão o perfil psicológico das pessoas e as características da situação
Sensualismo
Gosto pelo sensual e pelo exótico nas relações sociais
Modo de navegação social; maneira de se obter o que deseja mais facilmente
Aventureiro
Mais sonhador do que disciplinado
Tendência à aversão ao trabalho manual ou metódico
Admiramos a "vida de senhor"
Recompensas imediatas e fáceis -> "lei do mínimo esforço"
Conclusões
Necessidade de mudanças -> conhecer os traços de nossa cultura que impõem restrições e aqueles que fortalecem o processo de transformação
Questões
O texto cita cinco características da cultura brasileira: hierarquia, personalismo, malandragem, sensualismo e aventureiro. Escolha três dessas características e dê um exemplo de cada que apareçam no livro 1808, de Laurentino Gomes