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Entrevista: O coração da Liderança
Juliana Silveira
Referência:…
Entrevista: O coração da Liderança
Juliana Silveira
Referência: SILVEIRA, Juliana. O coração da Liderança. Revista do Serviço Público, Brasília, v. 4, n. 58, p.505-510, out/dez. 2007.
A pesquisa tem conseguido influenciar o modo como os cursos de capacitação são desenhados para o setor público irlandês?
A pesquisa mostrou, por exemplo, que: a) os dirigentes acham o coaching executivo interessante; b) que o diagnóstico de 360° ajuda bastante; e c) que os cursos que estimulam a formação de redes são positivos
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"Se queremos ver os gerentes mais pró-ativos, criativos e influentes em suas abordagens, então o desenho do conteúdo do programa deve ser não tradicional, desafiador e questionador"
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Como os resultados da sua pesquisa podem ajudar o governo irlandês a lidar com o desenvolvimento de lideranças?
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Notou-se que o perfil do dirigente no serviço público irlandês de fato não mudou no período de 7 anos da pesquisa, apesar da retórica da necessidade de mais liderança
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Há diferença, no setor público irlandês, de percepção e comportamento em relação a mulheres no poder?
No sistema irlândes, o presidente é mais uma figura, com o primeiro-ministro tendo a maior parte do poder
Mas quando Mary Robinson tornou-se presidente e quando se seguiu de Mary McAleese, elas trouxeram a Presidência mais próxima das pessoas e expandiram seu papel de modo muito positivo
Quando se analisa os salários de homens e mulheres irlandeses que têm o mesmo nível de escolaridade, os homens ainda ganham mais
Como as mulheres podem preservar sua identidade e ajudar a tornar positivas as características femininas nas relações de poder?
Processo de diálogo se torna cada vez mais importante, assim como o trabalho em parceria e a colaboração com as comunidades e outros grupos de cidadãos na entrega dos serviços públicos
Nos últimos anos, as comunidades encontraram sua voz. Elas querem ser envolvidas nas decisões, e, por isso, aumentaram os grupos de advocacy
Quando ouver uma mudança no modelo de tomada de decisão, as mulheres terão melhor desempenho porque têm know how para trabalhar em equipe e são orientadas para a colaboração. Valorização das características femininas
Em seu estudo, são mencionados três tipos de fracasso de liderança: na aprendizagem, na responsabilidade e na falta de inteligência emocional. Como isso poderia explicar, à luz do seu estudo de percepções, a questão de as mulheres não serem reconhecidas como boas líderes pelo fato de expressarem mais livremente suas emoções?
Uma das falhas é que os líderes não têm aprendido nem evoluído a partir de suas experiências prévias. Temos um sistema que não tende a dar importância à responsabilidade individual e à accountability
Fracasso da inteligência emocional, características como autoconsciência e consideração pelos outros não têm sido valorizadas como um todo.
Adoção de entrevistas baseadas em competências, que é um modo mais justo e transparente para todos os interessados
Níveis maiores de inteligência emocional são a essência da liderança, de modo que podemos esperar que isso seja cada vez mais valorizado entre os servidores públicos
“Idealmente, deveríamos ver a evolução de uma cultura do serviço público que valorizasse igualmente traços femininos e masculinos e reconhecesse a importância da diversidade e das perspectivas diferentes.”