Para Martins (2010, p.14), a formação de qualquer profissional, inclusive do professor, deve ser entendida como “[...] uma trajetória de formação de indivíduos, intencionalmente planejada, para a efetivação de determinada prática social”. Assim, ao pensarmos a formação de professores, precisamos ponderar sobre uma trajetória formativa que seja intencionalmente planejada para possibilitar aos indivíduos condições de efetivar sua prática social que envolve, dentre outros aspectos e principalmente, a atividade de ensinar. Para tanto, é preciso ter claro o motivo e o objetivo de ensinar (Por quê? Para quê?) e antecipar idealmente as ações que possibilitem efetivar tal ensino (planejar o ‘o quê’ e o ‘como’). Segundo Sánchez-Vázquez (2011, p.265, grifo nosso):
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[...] para que os professores e professoras em formação compreendam as especificidades do trabalho educativo, não basta a memorização de um conjunto de ideias com importância em si mesmas, divorciadas entre si e do conhecimento daquilo que acontece nas escolas. Isso não é teoria; é retórica. Também não é suficiente a mera aplicação de técnicas e prescrições curriculares sem o conhecimento efetivo de seus objetivos e possibilidades de intervenção em uma realidade complexa, sem reflexão crítica. Isso não é prática; é ativismo. (BISSOLI; BOTH, 2016, p.25).