Para além da questão: (não) ensinar gramática?

Ensinar gramática na escola?

Gramática tradicional?

Não, né!

Não ensinar

Não, absurdo

A solução?

Gramática contextualizada = análise linguística

Concepções de linguagem e língua

Concepções de linguagem

  1. "Linguagem como instrumento de comunicação" (Codificação)
  1. "Linguagem como forma ou ação ou lugar de interação"
  1. "Linguagem como inata e universal (LOBATO)

Corresponde à concepção de língua

  1. "Linguagem como representação (espelho) do mundo e expressão do pensamento

Corresponde à concepção de língua

Corresponde à concepção de língua

"Língua como formas de expressão"

prima pela "organização lógica e pela clareza"

"sem preocupação com a situação comunicativa"

Corresponde à concepção de língua

"Língua como código"

a língua é um "sistema convencional imanente" ???

Mensagem > codificação > canal > decodificação

expressão reflete o mundo

linguagem traduz a expressão

ações

atuação sobre o interlocutor

herança genética

gramática universal

estado mental inicial

atinge um estágio estável após maturação

Creio que a maturação é o processo de aprendizagem da língua, o que torna possível a existência das diferentes línguas, mesmo que a linguagem seja inata e universal

"Língua como conjunto de usos concretos"

"sujeitos que ocupam lugares sociais e falam a partir desses lugares"

"Língua como conhecimento internalizado"

indivíduos conhece a estrutura independente do contexto

verificar se essa afirmação é verdadeira, pois ela pode ser uma visão enviesada, apresentada para minar essa concepção (eu não concordo com a concepção, mas há que se compreendê-la em sua plenitude)

"formas a serviço da exteriorização de ideias"

signos que se combinam por meio de regras convencionadas

"realidade sócio-historicamente construída pelos interlocutores"

propriedades estruturais abstratas, complexas e altamente específicas

Concepções de gramática

Possenti

1

2

Regras que são seguidas

Descritivas

Normativas e prescritivas

3

Regras que o falante da língua domina

Internalizadas

Regras que devem ser seguidas

Regras de natureza distinta que não se distribuem em um mesmo nível

Abordagens

Implícita

Explícita

Internalizada ou natural

Creio que se liga apenas à concepção de linguagem 4 (inata e universal)

Pode se ligar a todas as concepções de linguagem

Regras de caráter normativo e prescritivo

Regras de caráter descritivo

Características

Competência do falante

Produzir número infinito de sentenças e julgar se são ou não bem formuladas

A gramática se sustenta em um número finito de regras internalizadas

“um sistema de regras, unidades e estruturas que o falante de uma língua tem programado em sua memória e que lhe permite usar a língua” (PERINI, 2006, p. 23).

Gramáticas

Gramática tradicional

descritiva e normativa

regras para falar e escrever corretamente

língua homogênea e idealizada

escrita literária clássica

tradição filosófica greco-latina

Gramática descritiva formal

"busca descrever, cientificamente, as propriedades estruturais abstratas da gramática implícita/internalizada"

língua enquanto sistema homogêneo e autônomo

nível gramatical da sentença

desvinculado dos usuários

Gramática descritiva funcional

descreve diferentes variedades de uso

funcionamento gramatical em todos os níveis, incluindo o textual/discursivo

Ataliba Teixeira de Castilho

Considera a língua em seu dinamismo

Direções desenvolvidas à luz da linguística moderna

Não contempla, por isso, a gramática tradicional

Direções

Gramática descritiva

Gramática funcional-cognitiva

Gramática histórica

Gramática normativa/prescritiva

Língua como conjunto de produtos estruturados

Língua como conjunto de processos mentais estruturantes

Língua como conjunto de processos e produtos que mudam ao longo do tempo

Língua como conjunto de bons usos

Conjunto de itens/classes

Níveis linguísticos hierárquicos

Realização sujeita a variações

Parte de um corpus para descrever itens/classes

considera as relações hierárquicas com outros itens

Sistema dinâmico, heterogêneo e complexo

Funções socialmente definidas

Aparato sociocognitivo

Funções básicas

Construção e organização do pensamento

Visão de mundo

Comunicação

Estruturas como dependentes do contexto

Integra os níveis sintático-semântico-discursivo

Estruturas relativamente fixas comportam a emergência de novos empregos (usos criativos) que podem formar novos padrões (habituais)

Alia as duas direções precedentes

Agrega a perspectiva histórica

Foco na centralidade dos usos

Variacionismo

Funcionalismo

Foco na centralidade da sintaxe

Gerativismo/Formalismo

Visão fragmentada

Padrão culto

Considera a língua como heterogênea, porém

Desconsidera a variante popular

Abordagem variacionista

Abordagem funcionalista

Rompe com

Identificação entre estrutura e homogeneidade

Separação dicotômica entre

Langue e parole

Sincronia e diacronia

Considera o parão socialmente privilegiado

Considera a língua

Deixa a ciência respirar, pois considera o padrão culto como uma variedade entre outras e o atrela a seus contextos de uso

O funcionalismo é europeu e o formalismo norte-americano. Ambos são correntes estruturalistas. O formalismo vê a língua como autônoma e estuda as formas linguísticas. O funcionalismo também vê a língua como sistema, mas considera não só forma, como também a função.