Se você puder, com a maior tranquilidade,
sustentar que pregar um prego com ou sem um
martelo, ferver água com ou sem uma panela,
transportar comida com
ou sem um cesto, andar na rua com ou
sem roupas, zapear a televisão
com ou sem o controle remoto, parar
um carro com ou sem o freio,
fazer um inventário com ou sem uma lista, administrar
uma empresa com ou sem a contabilidade são exatamente as mesmas atividades, que a
introdução desses implementos comuns não muda nada “de importante” na realização
das tarefas, então você está pronto para visitar a Terra Longínqua do Social e desaparecer
daqui. Para todos os outros membros da sociedade esses implementos fazem muita
diferença e são, pois, segundo nossa definição, atores – ou, mais exatamente, partícipes
no curso da ação que aguarda figuração (p. 108).
Ocorre que para a sociologia proposta pelo autor, não humanos podem também se
comportar como “mediadores”, ou seja, atuar transformando de maneiras surpreendentes
“força ou significado”, por vezes mais que humanos eventualmente tratados como “intermediários”
pela “sociologia do social”.