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Princípios do Tratamento e Prevenção de Infecções Odontogênicas…
Princípios do Tratamento e Prevenção de Infecções Odontogênicas
MICROBIOLOGIA DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
Etiologia das infecções: bactérias que causam infecção são mais comumente bactérias nativas que vivem no hospedeiro.
Bactérias da placa bacteriana, as que são achadas em superfícies da mucosa e aquelas achadas nos sulcos gengivais
Essas bactérias são, principalmente, cocos aeróbicos Gram-positivos, coco anaeróbicos Gram-positivos e bastonetes anaeróbicos Gram-negativos.
Quando essas bactérias obtêm acesso para tecidos mais profundos, através da polpa dentária necrótica, ou através da bolsa periodontal profunda, causam infecções odontogênicas.
Quase todas as infecções odontogênicas são causadas por múltiplas bactérias, por isso é necessário que o clínico compreenda essa natureza polimicrobiana.
Novos métodos moleculares, que identificam espécies infectantes devido ao seu mapeamento genético, têm permitido aos cientistas identificar um grande número e uma variedade completa de novas espécies
Tolerância ao oxigênio
Infecções causadas somente por bactérias aeróbicas constituem cerca de 6% de todas as infecções odontogênicas, ao passo que infecções odontogênicas somente com bactérias anaeróbicas representam 44%. Por sua vez, infecções odontogênicas causadas por bactérias aeróbicas e anaeróbicas constituem 50%
As bactérias aeróbicas predominantes em infecções odontogênicas (encontradas em aproximadamente 65% dos casos) são do grupo Streptococcus milleri, o qual é composto por três membros do grupo de bactéria S. viridans: S. anginosus, S. intermedius e S. constellatus.
Iniciam o processo de invasão aos tecidos profundos
Os produtos metabólicos oriundos dos estreptococos criam, então, um ambiente favorável para o crescimento dos anaeróbicos: liberação de nutrientes essenciais, diminuição do pH nos tecidos e consumo do oxigênio local.
Bactérias anaeróbias
Os cocos anaeróbicos Gram-positivos são encontrados em aproximadamente 65% dos casos. Esses cocos são Streptococcus e Peptostreptococcus. Bastonetes anaeróbicos Gram-negativos orais são cultivados em, aproximadamente, 3/4 das infecções. A Prevotella e a Porphyromonas spp. são encontradas em cerca de 75% dentre esses micro-organismos, e os Fusobacterium estão presentes em mais de 50%.
As bactérias anaeróbicas predominam e causam necrose de liquefação dos tecidos pela síntese de colagenases. Como o colágeno subjacente é fragmentado, ocorre invasão leucocitária, lise e necrose, são formados microabscessos que podem fundir-se dentro de um abscesso clinicamente reconhecível.
Progressão da infecção
3 primeiros dias: há uma tumefação branda, levemente endurecida, que representa o estágio de inoculação, no qual a invasão de estreptococos está apenas começando a colonizar o hospedeiro
3 a 5 dias: a tumefação torna-se mais endurecida, avermelhada e agudamente dolorosa, a flora com infecção mista estimula uma resposta inflamatória intensa, representando o estágio de celulite
5 a 7 dias: os micro-organismos anaeróbicos começam a predominar, causando um abscesso liquefeito ao centro da área de tumefação. Este é o estágio de abscesso.
8 dias em diante: quando o abscesso é drenado espontaneamente por meio da pele ou da mucosa ou é drenado cirurgicamente, o estágio de resolução inicia-se e o sistema imune começa a destruir as bactérias infectantes, o que resulta no processo de cura e reparo.
HISTÓRIA NATURAL DA PROGRESSÃO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
Periapical
Consequência de necrose pulpar e invasão bacteriana subsequente do tecido periapical
A necrose da polpa dentária resultante de cárie profunda cria uma via para as bactérias penetrarem nos tecidos periapicais
A infecção se dissemina através do osso esponjoso até encontrar uma lâmina cortical
Se a lâmina cortical for fina, a infecção profunda perfurará o osso e penetrará nos tecidos moles localizados ao redor.
Uma vez que a infecção tenha perfurado o osso, a sua localização exata no tecido mole será determinada pela posição da perfuração às inserções musculares.
Na maioria dos dentes maxilares, a erosão óssea provocada pela infecção se dá através da lâmina cortical vestibular. A infecção também pode perfurar o osso abaixo das ligações dos músculos que se inserem na maxila, o que significa que a maioria dos abscessos dentários na maxila aparece, inicialmente, como abscessos vestibulares.
Na mandíbula, as infecções dos incisivos, caninos e pré-molares, em geral, perfuram a lâmina facial cortical superior à inserção dos músculos dos lábios inferiores, resultando em um abscesso vestibular.
O tratamento da polpa necrosada por meio de tratamento endodôntico convencional ou a extração do dente resolverá a infecção.
Antibióticos, apenas, evitarão a progressão da infecção, mas essa irá recidivar quando a antibioticoterapia chegar ao fi m e não houver o tratamento da causa dentária.
A origem periapical é a mais comum na infecção odontogênica
A localização de uma infecção oriunda de um determinado dente é estabelecida por dois fatores principais: (1) a espessura do osso que é superposta ao ápice do dente; (2) a relação do local da perfuração no osso com as inserções musculares na maxila e na mandíbula.
Periodontal
Resultando de uma bolsa periodontal profunda, que possibilita a inoculação das bactérias nos tecidos subjacentes
PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS
Princípio 1: Determinar a Gravidade da Infecção
História Completa
Exame Físico
Princípio 2: Avaliar o Estado dos Mecanismos de Defesa do Hospedeiro
Condições Médicas que Comprometem a Defesa do Hospedeiro
Fármacos que Comprometem a Defesa do Hospedeiro
Princípio 3: Decidir se o Paciente Dever Ser Tratado por um Dentista Clínico Geral ou um Cirurgião Oral e Maxilofacial
Dificuldade de respirar; Dificuldade de deglutição; Desidratação; Trismo de moderado a grave (abertura interincisal menor que 20 mm); Tumefação se estendendo além dos processos alveolares; Temperatura elevada (38ºC) (< 101ºF); Grave mal-estar e faces tóxica; Comprometimento da defesa do hospedeiro; Necessidade para anestesia geral; Falha no tratamento inicial;
Princípio 4: Tratamento Cirúrgico da Infecção
Princípio 5: Suporte Médico para o Paciente
Princípio 7: Avaliar Frequentemente o Paciente
Princípio 6: Escolher e Prescrever os Antibióticos Apropriados
Indicações para o Uso de Antibióticos:
Tumefação estendida além dos processos alveolares; Celulite; Trismo; Linfadenopatia; Temperatura alta 38ºC (< 101ºF); Pericoronarite grave; Osteomielite
PRINCÍPIOS DA PROFILAXIA CONTRA INFECÇÃO METASTÁTICA
Procedimentos Odontológicos para os quais a Profilaxia da Endocardite é Recomendada:
Todos os procedimentos dentários que envolvem manipulação do tecido gengival ou da região periapical do dente ou perfuração da mucosa oral.
Procedimentos Odontológicos para os quais a Profilaxia Não é Recomendada:
Dentística restauradora; Injeção de anestesia local de rotina; Tratamento endodôntico e colocação de diques de borracha; Remoção da sutura; Colocação de aplicações removíveis; Tomada de impressões; Radiografia oral; Tratamentos com fluoretos; Ajuste de aplicações ortodônticas; Esfoliação de dentes decíduos.
PRINCÍPIOS DA PROFILAXIA DA INFECÇÃO DE FERIDAS
Princípio 1: Procedimento Deve Ter Risco Significativo de Infecção
Princípio 2: Escolha Correta do Antibiótico
Princípio 3: O Nível Plasmático do Antibiótico Deve Ser Elevado
Princípio 4: Tempo Correto de Administração do Antibiótico
Princípio 5: Usar o Menor Tempo Possível de Exposição ao Antibióticos que Seja Eficaz