Please enable JavaScript.
Coggle requires JavaScript to display documents.
Tensão entre as Coreias e a questão nuclear (A Coreia do Norte era apoiada…
Tensão entre as Coreias e a questão nuclear
A divisão das Coreias foi resultado da Guerra Fria no início da década de 1950
Na Conferência de Potsdam (julho/agosto de 1945), os Aliados decidiram, unilateralmente, dividir a Coreia, que tinha sido ocupada pelo Japão.
Uma das razões estava ligada ao fato de a China ter se tornado comunista em 1949, e a preocupação estadunidense que houvesse a expansão do comunismo pela Ásia.
A Coreia do Norte era apoiada pela União Soviética, e a Coreia do Sul, pelos Estados Unidos
Em 1950, foram marcadas eleições gerais para a unificação da Coreia, e os norte-coreanos, com o apoio da China e da União Soviética, invadiram a Coreia do Sul.
A linha divisória entre as Coreias foi definida pelo paralelo 38º N.
Os Estados Unidos, com o aval da ONU, decidiram intervir na guerra, que se estendeu de 1950 a 1953.
O conflito terminou com uma
trégua momentânea
e não com um tratado de paz.
Ao longo do tempo, houve algumas tentativas de reaproximação entre as Coreias, mas nenhuma deu certo. A tensão entre os dois países se mantém, de forma mais ou menos intensa.
Desde o início, o regime norte-coreano caracterizou-se pelo culto ao ditador Kim Il Sung, que morreu em 1994
Seu filho, Kim Jong Il, tornou-se então o chefe de Estado, sendo também cultuado. Em 2011, morreu, e foi substituído pelo filho mais novo,
Kim Jong Un
.
Só por essa forma de transmissão de poder, nota-se que o regime norte-coreano mistura elementos em princípio incompatíveis, como o fato de se dizer comunista e ao mesmo tempo adotar uma sucessão dinástica (de pai para filho)
Outras características são a forte repressão a opositores e dissidentes e o fato de que o país se mantém isolado, fechado a estrangeiros.
Desde que Kim Jong Um chegou ao poder, a imprensa notícia execuções de altos dirigentes do governo e das forças armadas, a seu mando, sob o argumento de conspiração contra o regime e traição.
A imprensa local tem relatado um aumento de atos públicos de dissidência no país nos últimos tempos. Grafites ridicularizando o governo e seu líder também têm aparecido nas últimas semanas.
A partir de 2002, pressionada pelas dificuldades econômicas, a Coreia do Norte iniciou mudanças orientadas para o mercado
Seguindo o exemplo da China, o governo criou uma zona industrial especial (Kaesong), na qual empresas da Coreia do Sul empregam trabalhadores norte-coreanos a baixo custo, e uma zona turística especial.
A China é o principal aliado da Coreia do Norte. Como é muito fechado, o país tem poucos amigos e aliados pelo mundo.
O regime norte-coreano deixou o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) em 2006
De lá até o presente, já fez vários testes com bombas atômicas e tem dado provas de estar acelerando seu programa nuclear para constituir um arsenal.
A queda das ditaduras de Saddam Hussein, no Iraque, em 2003 e de Muamar al Kaddafi, na Líbia, em 2011, acentuou os temores sobre uma possível intervenção estrangeira no país
No Iraque e na Líbia, os ditadores foram depostos após uma ação militar de países estrangeiros.
A Coreia do Norte acredita que somente tendo armas nucleares a autodefesa do regime estará garantida.
O desenvolvimento de armas nucleares e a retórica belicista do regime gera tensões com a Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos. Lembrando que o país está tecnicamente em guerra com os sul-coreanos
O Japão é um antigo rival. De 1910 a 1945, a península da Coreia foi dominada pelos japoneses que tentaram extinguir a língua e a cultura coreanas.
Os Estados Unidos dão proteção e são aliados da Coreia do Sul e do Japão.
Desde 2006, ano do primeiro teste, a Coreia do Norte sofre forte pressão internacional e até sanções da ONU
O objetivo é a imposição de restrições e um freio ao programa nuclear. Até o momento essas estratégias não têm dado resultado.
Grande potências procuram concentrar o poder entre os países que já detêm a bomba e evitar a disseminação da tecnologia para fins militares, especialmente para nações que não desfrutam de boas relações com a comunidade internacional.
A regulamentação mundial do desenvolvimento e do uso da tecnologia nuclear começou na Guerra Fria
O principal acordo é o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que entrou em vigor em 1970 e tem 190 países signatários. Pelo TNP, os países são divididos em dois blocos
Um bloco, reúne os cinco Estados que explodiram alguma bomba atômica antes de 1º de janeiro de 1967 – EUA, União Soviética (sucedida pela Rússia), Reino Unido, França e China
Esses países podem manter seus arsenais e desenvolver pesquisas na área, desde que não repassem tecnologia bélica a outras nações. Não por acaso, esse grupo é formado pelos cinco membros permanentes do CS da ONU – aqueles que concentram mais poderes e têm poder de veto nas decisões do órgão.
O outro bloco reúne todos os demais países que assinaram o acordo e se comprometeram a não tentar obter armas nucleares.
Essas nações podem desenvolver a tecnologia nuclear para usinas de eletricidade, medicamentos, aparelhos médicos e outras atividades para fins pacíficos.
A verificação do cumprimento dos termos do TNP fica a cargo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um órgão ligado à ONU, mas com autonomia
Em 1997, a AIEA aprovou um Protocolo Adicional, que dá aos seus inspetores poderes para vistoriar instalações nucleares sem aviso prévio.
Países como Brasil e Irã se recusaram a assinar esse protocolo, pois entendem que ele fere a soberania nacional e impede o progresso econômico
O Brasil sofreu fortes pressões da AIEA na década passada, mas manteve seu parque de centrífugas para enriquecer urânio e um programa para construir um submarino movido a energia atômica, considerado essencial para garantir autonomia de navegação por todo o extenso litoral.
O fato de países que não aderiram ao TNP ter armas nucleares é motivo de preocupação na comunidade internacional
Além da Coreia do Norte, Índia e Paquistão encontram-se nessa categoria. Os dois são rivais históricos e mantêm arsenais nucleares como estratégia de ameaça mútua.
Entre os países do “clube atômico”, permanece o discurso de reduzir o arsenal atômico, embora os avanços sejam tímidos. Mas, pela situação do arsenal nuclear das duas maiores potências atômicas, as intenções parecem estar longe de se converter em fatos
Desde fevereiro de 2011 está em vigor um amplo pacto para que EUA e Rússia reduzam suas armas nucleares para não mais de 1.550 até fevereiro de 2018. Porém, até 2015, os EUA ainda mantinham 6.430 ogivas nucleares e a Rússia, 6.280.
Os demais países possuem um arsenal muito menor.
Israel também é considerado um país com arsenal atômico, mas não sofre pressões por ser aliado das grandes potências
A maior ameaça à segurança mundial, contudo, reside na possibilidade de grupos terroristas como a Al Qaeda ou o Estado Islâmico obter uma arma nuclear.
Autoridades da AIEA acreditam que os extremistas são capazes de fabricar uma bomba atômica rudimentar se tiverem acesso a urânio ou plutônio enriquecido.