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Iraque, Curdistão e Irã (Curdistão (Embora sejam muçulmanos sunitas, os…
Iraque, Curdistão e Irã
Curdistão
Nos combates contra o Estado Islâmico, destaca-se a ação dos guerreiros curdos iraquianos (chamados de peshmerga) e sírios.
O Estado Islâmico persegue os curdos e a minoria yazidi, que pratica uma religião própria.
O enfrentamento direto com os jihadistas do EI tem passado em boa medida pela atuação das forças curdas, armadas pelos aliados ocidentais, que dão combate terrestre ao grupo islâmico, apoiando dessa forma os bombardeios aéreos comandados pelos EUA.
Esse papel de destaque leva analistas a especularem se uma das consequências dos conflitos atuais não seria a ampliação da autonomia dos curdos dentro do Iraque ou até mesmo a formação, num prazo ainda indefinido, de um novo país, o Curdistão, reunindo os curdos que vivem espalhados pela região.
Maior etnia sem Estado no mundo, com 26 milhões de pessoas, os curdos habitam uma área contínua que abrange territórios de Turquia, Iraque, Síria, Irã, Armênia e Azerbaidjão (veja mapa)
O projeto de um Estado curdo ganhou força no final do século XX, sobretudo na Turquia e no Iraque, países nos quais o movimento foi violentamente reprimido.
O principal grupo separatista curdo atuante na Turquia, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), desenvolvia a luta armada contra o Estado turco, mas negocia há anos um acordo com o governo central.
Em 2013, o partido declarou um cessar-fogo. Contudo, em julho de 2015, o governo da Turquia começou a atacar redutos do PKK no Curdistão iraquiano, próximo à fronteira turca. O PKK reagiu e as hostilidades tem se sucedido de lado a lado.
Na Síria, a milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG), com apoio de ataques aéreos, resistiu heroicamente a ofensiva do EI sobre a estratégica cidade curda de Kobane, na tríplice fronteira síria, turca e iraquiana
Após meses de conflitos, o Estado Islâmico recuou e desistiu de conquistar a cidade.
Embora sejam muçulmanos sunitas, os curdos não são islamitas conservadores
As mulheres têm mais liberdade, são mais respeitadas.
Muitas mulheres estão nas fileiras da milícia curda síria YPG, lutando contra o Estado Islâmico.
Iraque
A maioria da população do Iraque é xiita, os sunitas são minoritários
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Em 2003, os Estados Unidos invadiram o Iraque e derrubaram do poder o ditador Saddam Hussein, da minoria sunita
Permaneceram no país até 2011. Ao derrubar Saddam Hussein, os norte-americanos insuflaram antigas disputas políticas internas.
A democracia é frágil. O governo de maioria xiita privilegia este segmento da população, o que acirra as tensões com os sunitas e curdos.
Irã
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O regime define-se desde a Revolução de 1979 como uma república islâmica, e segue a vertente xiita do islamismo.
Posiciona-se frontalmente contra Israel e é aliado do regime sírio de Bashar al-Assad, exercendo também influência sobre partidos xiitas que estão no governo do Iraque. Dessa forma, busca formar um arco xiita de poder, centrado na oposição a Israel e às monarquias sunitas do Golfo Pérsico, como Arábia Saudita, Barein e Catar.
Desde 2003, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), os EUA e as demais potências ocidentais tentam impedir o avanço do programa nuclear iraniano
Eles acusam o país de desenvolver a tecnologia de enriquecimento de urânio com a intenção de fabricar armas nucleares. O Irã nega.
A ONU exigia que o Irã parasse de enriquecer urânio e autorizasse o acesso irrestrito da AIEA às suas instalações. Diante da negativa do Irã, foram aprovadas quatro rodadas de sanções contra o país, entre 2006 e 2010.
Como a China e a Rússia se opuseram a novas sanções na ONU, os EUA e a União Europeia anunciaram, em 2011, o embargo ao petróleo iraniano e punições financeiras contra nações que compram petróleo do país
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O embargo levou à queda expressiva nas exportações de petróleo iraniano, comprometendo a obtenção de divisas externas.
Em 2013, o Irã começou a negociar um acordo para a retirada das sanções com o Grupo 5+1 (EUA, França, Reino Unido, Rússia e China + Alemanha) em troca da limitação de suas iniciativas nucleares
Em 2015, Irã e as potências chegaram a um acordo, que limita e condiciona o programa nuclear iraniano, visando assegurar que o programa nuclear iraniano tenha um caráter não militar, em troca da retirada das sanções internacionais que asfixiam a economia do país.
O texto autoriza o Irã a prosseguir com o programa nuclear civil e abre o caminho para uma normalização da presença do país no cenário internacional.
Os iranianos se comprometeram a reduzir a capacidade nuclear (redução de dois terços do número de centrífugas de urânio em 10 anos, de 19.000 para 6.104, diminuição das reservas de urânio enriquecido) durante vários anos e a permitir que os inspetores da AIEA realizem inspeções profundas em suas instalações.