Marino Estética
Mapa conceitual

Comunicação e consciência - Parte 2

A produção da consciência comunicativa - Parte 1

A existência humana estrutura-se nas relações intencionais da consciência comunicativa.


O exercício do pensamento é tentativa dessa transcendência, que se dá em vários momentos da atividade mental, a saber, a imaginação, a intuição, a cognição e mesmo a estética, considerada como uma apropriação de um objeto.

Signos de toda natureza, não apenas os utilizados para descrever ou nomear, mas também para se referir ao próprio pensamento.


O mundo só existe a partir dessa compreensão mútua decorrente do entendimento de critérios lógicos para o estabelecimento de bases objetivas de conhecimento do mundo em qualquer sociedade!

O conhecimento da mente humana só pode se realizar plenamente na comunicação; só na comunicação a mente permite o acesso a seus conteúdos nesse sentido, toda pesquisa sobre a consciência é, em primeiro lugar, uma tentativa de entrar em comunicação com os conteúdos de uma mente.


Além dos impulsos elétricos, além das fórmulas químicas, apenas a interação comunicativa permite vislumbrar alguma possibilidade de explicar o indivíduo.

Nesse sentido, a relação com o mundo exterior é a raiz da dinâmica da consciência os objetos exteriores do pensamento são retrabalhados com os conteúdos próprios da consciência toda a história cognitivo-sensível de uma mente.


A questão existencial, portanto, decorre da indagação sobre as condições nas quais uma consciência pode se relacionar com tudo o que está para além dela e a resposta só existe quando se considera essa consciência a partir de uma perspectiva relacional, isto é, como um elemento comunicativo.

O ser comunicativo é uma consciência relacional projetivamente direcionado aos outros seres. O ser, em si mesmo, só toma consciência de si a partir da auto percepção e isso é, em suma, uma relação de comunicação ontológica.


O próprio exercício do pensamento, neste sentido, é uma relação comunicativa na qual o Ser discorre a respeito de si mesmo.

As ciências cognitivas, a neurologia e toda a filosofia da mente encontram-se em face do desafio de conhecer as condições específicas do ato comunicativo que, em última instância, define a existência de qualquer pessoa.


As condições objetivas de existência estão intimamente relacionadas com as possibilidades de comunicação do Ser. Talvez não seja errado falar de um significado comunicativo da existência. O Ser, no para além dos limites de sua própria percepção, é um Ser em comunicação.

A projeção da consciência liberta o pensamento do solipsismo do cogito ou dos sentidos, criando uma abertura para a consciência ao mundo objetivo esse canal de comunicação com o mundo externo é a âncora que garante a percepção da autoconsciência em contraste com tudo o que está para além do Ser e, nesse mesmo sentido, a dinâmica da própria consciência.

Assim, o caminho do pensamento do indivíduo é sua projeção para o objeto.


A existência, compreendida não apenas como a auto percepção do ser, mas também como sua percepção por outros, é o resultado dessa projetividade do pensamento em relação a um mundo do qual ele faz parte mas não domina.

Nesse sentido, toda mensagem é uma imitação de si mesma na medida em que a sensação original jamais pode ser compartilhada em sua essência.

Não é possível, portanto, pensar em uma oposição entre produção e recepção de uma mensagem, mas em um contínuo dialético intermediado pelo tempo em ação na consciência do sujeito!
Todo processo de comunicação implica a relação entre uma produção e uma percepção.

A relação da consciência com o mundo não se esgota em receber as impressões dos sentidos, mas em transformar essas impressões em formas de expressão de maneira a compartilhar com os outros indivíduos as sensações e os conhecimentos.
A consciência do Ser no mundo é objetivada na relação comunicativa mantida com os outros!

Essa relação de compartilhar o mundo presume o acordo fundamental em uma concepção do que seja esse “mundo” e sob quais aspectos deve ser abordado.
O domínio da consciência projetada para o outro é o mundo intersubjetivo de representações comuns!

A- Os limites da Percepção

Quando figuram nessa paisagem da consciência são os objetos da percepção, aos quais atribuímos significado. Apenas quando é dotado de significado o ser passa a existir para outros, sua existência, até então, é indiferente.
Nesse momento, o objeto passa a integrar a consciência do sujeito, afeta novamente sua percepção e ganha espaço como um objetivo da consciência com o qual existe uma relação, passando a integrar o microcosmos.

B- O olhar intencional e a fronteira de contato

O limite de percepção é o microcosmos do indivíduo. É constituído pelas relações intencionais da consciência imediata e de suas reelaborações mentais.
Tudo quanto estiver fora desse limite não possui uma existência estritamente objetiva e, portanto, indiferente ao indivíduo.

Nem tudo o que compõe o mundo existe-para o indivíduo, da mesma maneira que o indivíduo também não tem uma existência significativa para todo o mundo.
O mundo de cada um é o microcosmos constituído pelos elementos aos quais atribui um significado intencional, que passam a figurar na paisagem da consciência e são destacados como uma figura isolada.

Assim, os limites desse microcosmos não estabelecem a existência ou inexistência objetiva de tudo quanto está fora dele, mas apenas estabelece o critério de relevância e significado para o que entra em seus limites em outras palavras, o que passa a constituir o “mundo da vida” do sujeito!

Os objetos desse mundo são os objetos em relação com o sujeito. O mundo é completamente indiferente ao sujeito até que lhe seja atribuído um significado, que pode ser de natureza cognitiva, prática ou estética.
Os aspectos dessa relação de influência recíproca são contingências das estruturas de comunicação que há entre a consciência e seus objetos seja uma coisa, seja outra pessoa, seja o mundo.

As variedades da comunicação são responsáveis pela forma que esse microcosmos vai ter e aqui pensa-se na comunicação desde sua variável interpessoal até os meios de
A comunicação é a expansão dos limites do microcosmos, mas também é a abertura desse microcosmos à possibilidade de ser parcialmente moldado pelos novos objetos de consciência introduzidos.
O efeito colateral da existência é o estabelecimento de relações humanas a partir das quais o indivíduo passa também a definir suas ações. massa.

Ao projetar-se intencionalmente para o mundo, a consciência não se apresenta como pura intenção. Essa projeção do ser é acompanhada, a cada instante, daquilo que o define existencialmente.
Ao conhecer o mundo o ser define-se a partir da projeção de um preexistente que se realizará por completo na intersubjetividade.
Essa construção é “entre-sujeitos” e infere uma projeção do ser para além de si. Assim, o “mundo da vida” é uma estrutura complexa que se desenvolve no encontro da projeção do ser sobre o real limitado.

A consciência do Ser não se limita à percepção, se uma crítica da razão pura se faz necessária para a compreensão da própria estrutura do pensamento, é necessário lembrar que o ser, ao projetar-se sobre o mundo para apreendê-lo não o faz de maneira inerte, como se cada olhar fosse o primeiro.O olhar puro é a utopia pretendida de uma renovação impossível, na medida em que a flecha do tempo não muda de direção.

Não é possível trazer a existência condição para que esse procedimento não seja um elemento simples de redução da realidade ao sujeito.Todo objeto é definido na apreensão intersubjetiva que dele fazem as múltiplas consciências em sua relação não apenas com o objeto dado, mas também em si mesma como foco de conhecimento e base de percepção ativa do mundo.

Partir do momento em que entra em contato com outras subjetividades além da sua. É nesse momento que a consciência, se projeta intencionalmente para o exterior, onde encontrará outras mentes na construção de uma percepção comum do mundo. O “mundo da vida”, na expressão de Husserl, é o domínio do intersubjetivo”.

Diante da realidade, há uma apreensão múltipla dos objetos e dos sujeitos. Os limites não são apenas cognitivos, mas também a falta de controle do mundo por parte do sujeito é um limite, com o qual se estabelece uma fronteira de contato. Essas fronteiras delimitam o espaço de cada ser e, ao mesmo tempo, estabelecem os espaços intersubjetivos da sociedade.

Aluno: Vinicius Alves Brognara
PP 2° Ano