PSICODINÂMICA DO TRABALHO
(É uma abordagem científica, desenvolvida por Cristophe Dejours, que investiga os mecanismos de defesa dos trabalhadores em situações de sofrimento no ambiente de trabalho)
PRESSUPOSTOS BÁSICOS
Centralidade do trabalho para o sujeito na constituição da sua subjetividade.
A não neutralidade do trabalho em relação a saúde mental e a constituição da identidade do sujeito.
A possibilidade de mudança das situações de trabalho, na medida em que elas existem em função das decisões humanas e não por uma fatalidade. Sendo que a direção destas mudanças, ocorre a partir de uma modificação do trabalho e não de uma adaptação dos trabalhadores ao trabalho existente.
Conhecer a organização do trabalho é fundamental para acessar as vivências de prazer e sofrimento, os processos de subjetivação, as patologias e a saúde-adoecimento.
Identificar como os sujeitos constroem estratégias de enfrentamento em um determinado contexto de trabalho.
PREMISSAS
- Entende que o sujeito sempre está em busca de auto realização e de se desenvolver.
- Busca uma pausa entre o trabalho real e o prescrito, fazendo com que o sujeito utilize mais da sua criatividade e autonomia, obtendo assim a auto realização.
- Diz da importância do olhar do outro e do reconhecimento alheio.
- Não se deve confundir estado de normalidade com estado saudável.
MODELO DA PSICODINÂMICA POR MENDES, 2012
Organização do trabalho: o prescrito e o fazer real do trabalho e trabalho vivo.
Patologias: Sobrecarga, violência, normopatia, compulsão.
Modo de trabalhar: Inteligência prática, espaço de discussão, cooperação e reconhecimento.
CATEGORIAS
Organização do trabalho: condições de trabalho, relações de trabalho.
Mobilização subjetiva: Inteligência prática, cooperação, espaço de discussão, reconhecimento.
Sofrimento e defesas: Sofrimento criativo, sofrimento patogênico, estratégias defensivas.
CONTRIBUIÇÃO DA PSICODINÂMICA DO TRABALHO. ESTUDO REALIZADO NOS SETORES DA INDUSTRIA E DE SERVIÇOS.
SERVIÇOS DE TELEATENDIMENTO
Grande semelhança com as fábricas tayloristas: Repetitividade, procedimentos padronizados, regras rígidas e inflexíveis, diversas formas de constrangimento.
Ambiente aparentemente salutar: Apresenta uma falsa ideia de um lugar agradável e sadio, mas esconde um ambiente que gera grande sofrimento para o sujeito.
As gerências das CT’s cobram dos trabalhadores: Alta carga cognitiva para realizar diversas tarefas ao mesmo tempo. Tolerar um ambiente de trabalho hostil, altamente controlado e tem sua individualidade invadida.
Resultado da pesquisa: Esse modelo de trabalho causa no trabalhador, um esgotamento emocional, trazem um sentimento de inutilidade por terem controle sobre o trabalho e atividade exercida, e insegurança causada pelo ambiente hostil e de grandes frustrações.
INDUSTRIA AUTOMATIZADA CONTEMPORÂNEA
O elo do sujeito com o real, permanece clandestino: Sujeito e tecnologia constroem um mundo, uma amálgama entre si, que o isola e o torna solitário em relação ao restante do universo social da empresa.
Impossibilidade de criação de estratégias coletivas: Falta de comunicação entre os trabalhadores não possibilita que possam em grupo questionar e cobrar medidas dos superiores.
Modernização dos sistemas de produção: As industrias têm então, buscado utilizar sistemas de controle com desemprenho cada vez melhor, o que impacta significamente no trabalho dos operadores.
Quebra galho: O agir do operador situa-se no real do trabalho, é algo que envolve as habilidades táticas, a inteligência da prática, a inteligência astucioda, o "jeitinho, a "artimanha".