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FOCO NARRATIVO (TIPOLOGIA DE NORMAN FRIEDMAN* (Análise mental, Monólogo…

- - - - Gênero poético OBJETIVO
  - - - Gênero poético SUBJETIVO
  - - - Gênero poético com elementos SUBJETIVOS e OBJETIVOS
  - - - ROMANCE = EPOPEIA BURGUESA MODERNA
        
        Romance: gênero enciclopédico que se alimenta de outros previamente existentes.
        
        Os gêneros dramático e épico convivem e o gênero lírico invade progressivamente o épico, minando sua objetividade.
        
        O tema básico do Romance seria o conflito entre "a poesia do coração" e a "prosa das circunstâncias"
- - - - Fenômeno da PARTICULARIZAÇÃO EM PERSONAGENS
        
        O narrador fala pessoalmente para um leitor também pessoal, individual, numa sociedade dividida
      - Diferentes abordagens narrativas
        
        EPOPEIA
        
        Visão de conjunto, distanciamento do objeto narrado, tom solene, o narrador era mediador entre as musas e os ouvintes.
        
        ROMANCE
        
        Perda do distanciamento, construção narrativa torna-se íntima ao dirigir-se ao leitor ou aproximar-se intimamente das personagens e fatos narrados, construção dos seres ficcionais "narrador" e "leitor" que se relacionam com os seres reais através das convenções narrativas (técnica, caracteres, ambiente, tempo, linguagem).
- - - - NARRAR (Telling)
        
        Envolve maior interferência do Narrador
      - MOSTRAR (Showing)
        
        Envolve menor interferência do Narrador
    - - CENA
        
        Acontecimentos são mostrados ao leitor diretamente, sem a mediação do Narrador
      - SUMÁRIO
        
        Acontecimentos são narrados por meio de um Narrador que os conta e os resume, de maneira a condensá-los.
    - - CÊNICA
      - PANORÂMICA
    - - DRAMÁTICO
        
        Quando a apresentação se dá pela CENA
        
        DISCURSO DIRETO
      - PICTÓRICO
        
        Quando a apresentação se faz predominantemente pelo SUMÁRIO (PANORAMA)
        
        DISCURSO INDIRETO
      - PICTÓRICO-DRAMÁTICO
        
        Quando há uma combinação da apresentação pela CENA e pelo SUMÁRIO
        
        DISCURSO INDIRETO LIVRE
    - - E.M. Forster
        
        Discute a afirmação de Lubbock de que o expediente fundamental na arte da ficção seja o PONTO DE VISTA
        
        Combate o normativismo que condena a interferência do Narrador na narração e condena as mudanças do Ponto de Vista no mesmo Romance
        
        "Um romancista pode mudar ser ponto de vista, desde que obtenha o resultado esperado"
      - E. MUIR
        
        Preocupação em descrever e não estabelecer juízo de valor sobre os diferentes tipos de romance, de acordo com os diferentes enredos que os caracterizam.
      - WAYNE BOOTH
        
        O autor não desaparece mas se mascara constantemente atrás de um personagem ou de uma voz ativa que o representa
        
        AUTOR IMPLÍCITO
        
        "Do jogo de distâncias que se instaura entre o AUTOR IMPLÍCITO, o NARRADOR e as PERSONAGENS, sai preservada a função crítica do AUTOR IMPLÍCITO na criação de um "universo ficcional" e na comunicação ao leitor"
        
        AUTOR IMPLÍCITO = Imagem do autor real criada pela escrita; comanda os movimentos do narrador
        
        "O que o NARRADOR vê e deixa de ver está subordinado a uma visão mais extensa e dominadora"
        
        Há sempre duas instâncias enunciativas
        
        ABORDAGEM RETÓRICA
        
        MATERIALIDADE LINGUÍSTICA
      - JEAN POUILLON
        
        Adaptação de uma visão fenomenológica do mundo a uma teoria das visões na narrativa, articulada à questão do tempo.
        
        Possibilidades na relação NARRADOR-PERSONAGEM
        
        VISÃO COM
        
        O Narrador limita-se ao saber da própria personagem sobre si mesma e sobre os acontecimentos.
        
        VISÃO POR TRÁS
        
        O Narrador domina todo um saber sobre a vida da personagem e sobre o seu destino.
        
        VISÃO DE FORA
        
        O Narrador limita-se a descrever os acontecimentos, falando do exterior.
      - MAURICE-JEAN LEFEBVE
        
        Tentativa de releitura das categorias de visão de Jean Pouillon
        
        Diegese vs Discurso
        
        DIEGESE
        
        História
        
        DISCURSO
        
        Narrativa
        
        Relação das Visões com os conceitos Diegese e Discurso
        
        VISÃO COM
        
        Predominância do DISCURSO sobre a DIEGESE
        
        Típica do século XVIII: expressão de uma vontade de realismo empírico, ao gosto do enciclopedismo
        
        VISÃO COM do Romance moderno
        
        maneira (polar à Visão de FORA moderna) de expressar a desconfiança do homem moderno na sua capacidade de apreender um mundo caótico e fragmentado.
        
        VISÃO POR DETRÁS
        
        DIEGESE e DISCURSO estão EQUILIBRADOS
        
        Tradução da confiança burguesa na objetividade, na possibilidade de explicação racional e exaustiva dos fatos psicológicos e sociais. Típica do Romance clássico do século XIX
        
        VISÃO DE FORA
        
        Predomínio da DIEGESE sobre o DISCURSO
        
        Influência do cinema, característica do século XX
        
        VISÃO DE FORA do Romance moderno
        
        maneira (polar à Visão COM moderna) de expressar a desconfiança do homem moderno na sua capacidade de apreender um mundo caótico e fragmentado.
        
        Distinção entre NARRADOR e AUTOR IMPLÍCITO
      - ANÁLISE ESTRUTURAL DA NARRATIVA
        (Roland Barthes e Tzvetan Todorov)
        
        ROLAND BARTHES
        
        Introdução à análise estrutural da narrativa
        
        NÍVEL DAS FUNÇÕES
        
        Onde se passa propriamente a HISTÓRIA/FÁBULA, onde se situam os elementos de caracterização das personagens e de criação da atmosfera/ambiente
        
        NÍVEL DAS AÇÕES
        
        Onde se situam as personagens como AGENTES, fios condutores de FUNÇÕES que definem a área de atuação de cada uma
        
        NÍVEL DA NARRAÇÃO
        
        Integração dos outros níveis, onde a simples pessoa verbal não é suficiente para esclarecer com quem está a palavra
        
        Preocupação em recolocar a questão das vozes e das VISÕES do Narrador em termos de uma análise linguística
        
        Tratamento da narrativa como uma extensão da frase na qual se aplicam certas propriedades da linguagem
        
        TZVETAN TODOROV
        
        Discours vc Récit (Émile Bneveniste)
        
        DISCOURS (DISCURSO)
        
        Domínio do "eu-tu" - Pessoal
        
        RÉCIT (HISTÓRIA)
        
        Domínio do "ele" - Impessoal
        
        Discurso avaliatório
        
        SUJEITO DA ENUNCIAÇÃO
        
        IMAGEM DO NARRADOR
        
        IMAGEM DO LEITOR
- - - - Grande sertão: veredas
  - - - Aprofundamento nos processos mentais das personagens feito de maneira indireta, por meio de um NARRADOR ONISCIENTE que expõe e analisa tais processos ao mesmo tempo
    - - Aprofundamento maior nos processos mentais, típico da narrativa do século XX
    - - Expressão direta dos estados mentais, mas desarticulada, em que se perde a sequência lógica e onde aparece manifestar-se diretamente o inconsciente