Tive oito filhos e nunca brinquei com eles. Seria um palhaço: “Ah, tenho que jogar futebol com meu filho, tenho que virar criança...” Mas o quê que é isso? Eu não sou colega deles, eu sou pai deles. Eu não estou aqui pra brincar com eles, eu estou aqui para protegê-los, para que eles brinquem com os outros. Eles ficam lá brincando e eu fico olhando, para ver se um se machuca, eu estou aí pra isso. Quer dizer, a minha função é de sustento e proteção, e não de ficar brincando com eles. Brincar com eles é obrigação dos caras da idade deles. Pode-se mencionar a questão do "pai ausente”. Eu digo: o melhor pai do mundo é o "pai ausente". O pai que não ocupa espaço. Ele não enche o saco, não fica interferindo. Ele pode estar ausente fisicamente, mas de longe ele tem que estar prestando atenção, porque ele é o responsável, o protetor, o guardião, ele não pode estar ausente do seu dever. Ele pode estar ausente fisicamente, estar ausente da brincadeira, estar ausente da festa, mas ele está olhando para ver se precisa de alguma coisa. As crianças sentem essa presença sutil e elas sentem essa presença como uma coisa reconfortante. [01:50:00] Agora, se você está lá o tempo todo dando palpites, dizendo “Faça isso, faça aquilo!”, você está interferindo demais.