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Cap. 33 - Desenho da Figura Humana (SEXO DA FIGURA (O DFH é considerado…
Cap. 33 - Desenho da Figura Humana
O DFH é uma técnica muito atrativa para psicólogos em várias áreas, devido à sua abrangência, simplicidade e aparente objetividade.
É uma técnica de baixo custo (requer apenas lápis e papel), é também uma tarefa de fácil execução e de boa aceitação especialmente por crianças.
Há uma crença (infundada) de que essa técnica é pouco afetada pela cultura. Argumenta-se que o estímulo básico – uma pessoa – é essencialmente o mesmo em todas as sociedades e em todas as épocas.
Psicólogos brasileiros têm aplicado o DFH utilizando normas desenvolvidas com amostras americanas na década de 60, ou anteriores.
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Goodenough, Harris (1963) já questionava o uso do DFH como teste de inteligência, preferindo entendê-lo como medida de maturidade conceitual, ou seja, o conceito que a criança tem do corpo humano.
Para aplicar a técnica de Koppitz, solicita-se à criança o desenho de uma pessoa inteira em uma folha branca tamanho ofício, lápis número dois e borracha.
A avaliação, feita com um único desenho, inclui 30 itens evolutivos, pontuados como ausentes ou presentes. Os itens presentes são somados, e a criança recebe, então, um escore global.
A análise também pode ser realizada na avaliação pela presença de itens esperados, comuns, incomuns e excepcionais, conforme a idade da criança.
A categorização desses itens deve sempre advir de amostras locais
AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE E AJUSTAMENTO EMOCIONAL
Estabeleceu uma escala de 30 indicadores emocionais capazes de diferenciar crianças sem e com problemas emocionais
A presença de três ou mais indicadores, especialmente em crianças com mais de nove anos de idade, apontaria para a possível presença de desajustamento emocional. Alguns indicadores são pontuados conforme a idade da criança.
A avaliação dos indicadores emocionais caracteriza-se por na análise dos indicadores do que a avaliação dos indicadores evolutivos
Handler (1967) define claramente o sombreamento como um dos índices de ansiedade, referindo-se ao uso de traços ou marcas de padrão recorrente.
Outra forma de avaliação do DFH, abordando a personalidade e seus aspectos estruturais e dinâmicos, teve origem nos estudos de Machover (1949b).
Na aplicação, solicita-se o desenho de uma figura do sexo oposto à primeira desenhada, sempre em folha separada. Podendo se solicitar o desenho de uma pessoa na chuva, o que permitiria investigar as reações do examinando a situações de tensão.
É importante também registrar que a visão geral do desenho, levando em conta aspectos de normalidade, traz informações sobre o indivíduo que está sendo avaliado, tão válidas quanto os aspectos específicos.
Deve haver cuidado com aspectos pessoais do interpretador, tendo em vista estudos que mostram a influência de fatores de personalidade na avaliação de desenhos.
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DFH E ANSIEDADE
Handler (1967) propôs uma escala com 20 índices de ansiedade, que, dentre os diversos sistemas de escores, tem recebido muita atenção dos pesquisadores na área e gerado um grande número de pesquisas.
Estabeleceu critérios de escore para a análise de maneira formal, que abrangem tanto a ansiedade causada por situações externas estressantes como por causas intrapsíquicas.
Vinte índices foram descritos, atribuindo-se escores de acordo com as características do desenho para cada um deles, em escalas de quatro ou dois pontos, onde, nesta última, a presença é um indicador de ansiedade.
Foi elaborada para a avaliação da ansiedade nos desenhos de adolescentes e adultos. Pois aplicada a crianças se mostrou contraditória.
Outras técnicas devem também ser empregadas, e os resultados nunca devem ser interpretados sem considerar o contexto e a história do indivíduo.
SEXO DA FIGURA
O DFH é considerado como a expressão da autoimagem de crianças que, teoricamente, projetam suas identificações e conflitos no desenho.
Machover (1949a) afirmou que crianças que desenham figuras do sexo oposto provavelmente apresentam um problema no desenvolvimento da sua identidade sexual.
Bieliauskas (1960) obteve resultados que mostraram uma grande proporção de desenhos do mesmo sexo em crianças, e que esta proporção tendia a aumentar com a idade, embora as meninas apresentassem um padrão mais inconstante.
Jolles (1952) mostrou que as meninas tendem a desenhar figuras do sexo oposto com mais frequência, à medida que se tornam mais velhas, enquanto exatamente o oposto ocorria com meninos.
Butler e Marcuse (1959) argumentaram que esses resultados apontavam para um padrão evolutivo que seria compatível com o fato de que mulheres adultas desenham figuras do sexo oposto muito mais frequentemente do que homens.
Heinrich e Triebe (1972) revisaram 19 estudos e confirmaram que há uma tendência geral a desenhar, primeiro, uma figura do mesmo sexo, mas que a proporção de meninas que desenham figuras do sexo oposto aumenta com a idade.
Tais achados explicados com base em influências culturais, com pouca ênfase em variáveis psicológicas.
Dickson e colegas (1990) correlacionaram traços de personalidade com a incidência de desenhos do sexo oposto, feitos por meninos e meninas, mas não encontraram correlações significativas.
Hutz e Antoniazzi (no prelo), com mais de 1.500 crianças de 5 a 15 anos de idade, encontrou o mesmo padrão evolutivo citado na literatura. A maioria das crianças desenha figuras do mesmo sexo, mas a proporção de figuras do sexo oposto aumenta, consistente e sistematicamente, para meninas e diminui para meninos.
Nenhum teste, porém, pode substituir o julgamento clínico, e, isoladamente, fora de um contexto específico, nenhum teste permite um julgamento seguro sobre a personalidade de uma pessoa.
O DFH pode ser um instrumento extremamente útil para o psicólogo que sabe utilizá-lo e entende suas limitações.
Em conjunto com outras técnicas gráficas, tem sido utilizado também para diagnóstico e avaliação de vítimas de abuso sexual e para variadas finalidades de pesquisa em muitas áreas.