Últimos Cantos- Antônio Gonçalves Dias ( Maranhense)

Poesia Indianista, com olhar europeu, presença de versos em redondilha menor, com muitas rimas e presença do índio católico, e de um Brasil americanizado. Primeiro escritor a criar um rap : Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá... Poeta do século 19 um dos primeiros na fase do romantismo brasileiro. Filho de pai português e mãe índia com sangue negro, mestiço brasileiro.

gonçalves

Gigante de Pedra

No poema “Gigante de Pedra”, podemos perceber um movimento de imposição e adaptação. Ao mesmo tempo em que Gonçalves Dias escreve seu poema inspirado nas tendências de uma escola literária europeia, o Romantismo, com sua valorização do passado, a fantasia, o sentimentalismo, a religiosidade etc., vê-se na necessidade de adaptar esses temas à realidade local. Temos, então, nesse poema de Gonçalves Dias, a figura do índio, onde o europeu veria o cavaleiro, temos a imaginação do poeta (meio de transmitir sua subjetividade, como é comum no Romantismo) transformando a natureza em um gigante de pedra e, ao mesmo tempo, vemos também elementos da religião cristã (como Deus e Moisés) trazida para cá pelos portugueses. Ou seja, há temas pintados com as cores locais, mas, por outro lado, há a imposição da cultura europeia.

LENDA DO GIGANTE DE PEDRA


Conta-se que Deus olhava o Novo Mundo como isento das culpas do Paraíso.Por isso, deu-lhe como guarda um Gigante que devia viver só, como Senhor das Terras.Visitando seus domínios, o Gigante alcançou as depressões do Pará. Muitos séculos depois, ainda quando essa parte da terra era ligada à África, certas tribos chegaram à floresta amazônica, povoando as selvas.Certa vez, estava o Gigante a contemplar o céu às margens do Amazonas, quando, deslizando nas águas, surge uma piroga, tendo dentro um lindo ser minúsculo: uma índia, rainha de uma tribo próxima.Aprisionou o Gigante o que via e passou a adorar o minúsculo ídolo, a ponto de se tornar seu escravo.Vigiava-lhe os movimentos, mas fazia-lhe os mais raros presentes: peles lindas e penas vistosas.Um dia, não lhe resistiu aos encantos e ao maculá-la, matou-a.Horrorizado, fugiu, mas a natureza o perseguiu com horrendos temporais de raios, trovões e trombas d’água. Os rios transbordam cobrindo a selva.O Gigante, sentindo que também perdera o Paraíso, correu para o mar que já cobria tudo. Mas não alcançou. Deus petrificou-o.Desde então, por crime de amor, dorme o sono dos séculos sobre a Serra do Mar, o Gigante de Pedra.

Juca Pirama

Todos os títulos possuem um significado

Neste vídeo temos o significado e explicação completa deste poema em últimos Cantos, sendo considerado um dos mais imporantes

Leito de folhas verdes

leito de folhas verdes, significa neste caso onde a narradora se encontra à espera seu marido

A lírica amorosa de Gonçalves Dias, maior poeta da primeira geração de nosso Romantismo, é marcada pela impossibilidade da realização amorosa. A chamada "lírica do amor interrompido" ecoa os sofrimentos vividos pelo poeta em seu malogrado relacionamento afetivo com Ana Amélia (cuja família recusou seu pedido de casamento). Assim, há quem afirme que Gonçalves Dias teria escrito a maior parte de seus poemas amorosos pensando nessa mulher inatingível – como é o caso do célebre Ainda uma vez, Adeus!
Mesmo nas poesias de caráter indianista pode-se observar a frustração quanto à concretização do amor. É o que percebemos no poema Leito de folhas verdes.

No poema em tela, o poeta filia-se à tradição medieval das canções de amigo imprimindo-lhe a cor local.Na primeira estrofe, o eu-lírico feminino anseia pela volta de seu amado, Jatir, (1º e 2º versos) e questiona o porquê de sua demora. Note-se que aqui, os elementos da natureza corroboram a sensação de angústia da mulher (3º e 4º versos).Na segunda e terceira estrofes temos o leito de amor, feito sob a copa da mangueira e feito de folhas brandas. Aqui, a natureza traduz toda a doçura do esperado encontro amoroso: mimoso tapiz de folhas brandas; o frouxo luar brinca entre flores; solta o bogari mais doce aroma.A espera se prolonga e a angústia cresce, como evidencia a metáfora contida nos versos 4º e 5º da 5ª estrofe: Eu sou aquela flor que espero ainda / Doce raio do sol que me dê vida. Ela é a flor que depende dos raios de sol (a presença do amado) para viver.A 6ª estrofe evidencia a idealização do amor, que vence todos os obstáculos (versos 1 e 2). Da mesma forma é idealizada a figura feminina que devota total fidelidade ao seu homem, conforme observamos na 7ª estrofe.Na última estrofe temos a desilusão do eu-lírico. Com a chegada da manhã, a esperança e a expectativa dão lugar à decepção e à tristeza, pois Jatir não responde ao seu chamado. Pede então que a brisa da manhã leve consigo as folhas do leito inútil.Em Leito de folhas verdes temos, portanto uma síntese dos elementos mais caros à tradição romântica: o sentimentalismo, a idealização amorosa, a idealização da figura feminina, a natureza expressiva, o medievalismo e o nacionalismo (de matiz indianista).

Marabá

Este vídeo explica várias coisas sobre este poema, ele também lê ele, que é relativamente curto

Imagem de Marabá, considerada mestiça entre índios e portugueses sofrendo pela rejeição das tribos por sua cor e suas características marabá

A Mangueira

Na poesia A Mangueira, encontra-se a poesia indianista, porém, cientes de que a mangueira é uma árvore da Índia, estamos vendo nesta poesia o romantismo na árvore, aquele que intensifica a sombra e os frutos dela, e o fato é que depois da cultura portuguesa modificar o território brasileiro a árvore torna-se um símbolo dessa cultura agora modificada também.

A mangueira foi amplamente disseminada na cidade de Belém no final do Século XIX e princípio do Século XX, razão pela qual esta se tornou conhecida como “cidade das mangueiras” e a cultura local apelidou o seu estádio de futebol de “Mangueirão”.

Canção do Tamoio

Gigante de pedra (Frade de pedra) conhecido pelos portugueses na enseada do Rio de Janeiro

É a canção do pai a ensinar seu filho o caminho da vida que deve ser trilhado com bravura . G,Dias, o autor, é do grupo "condoreiro" que se destacava pelos poemas exaltados, cantando o amor, a beleza, a dedicação à pátria, a bravura pessoal. Essa corrente poética foi importante porque no século 19 estávamos em plena época do romantismo e das lutas pela pátria que se consolidava, da vida em uma sociedade conservadora, escravocrata, e dos sonhos de liberdade que a França inspirava. Ainda hoje emociona ouvir o brado do índio "meu filho, viver é lutar! A vida é combate, que aos fracos abate, aos fortes aos bravos, só pode exaltar..."

Marabá significa filho das ervas na amazônia

Canção do Tamoio é um poema muito bonito, fala sobre a coragem indígena e prestigia a raça destes, por orgulho de seu povo e antepassados.